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FGV: consumidor pode agir como redutor de crescimento

A entidade anunciou uma queda de 6,1% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em novembro ante outubro

Karol Albuquerque
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Karol Albuquerque
Publicado em 24/11/2014 às 15:02
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A entidade anunciou uma queda de 6,1% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em novembro ante outubro - FOTO: Foto: USP Imagens
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A avaliação dos brasileiros sobre a situação da economia do País tende a colocar o consumo das famílias, antes um impulso para a atividade doméstica, agora como fator de redução do crescimento, avaliou nesta segunda-feira (24) o superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da Fundação Getulio Vargas (FGV), Aloisio Campelo. "O consumidor se torna mais cauteloso ainda do que já estava em relação a gastos. Ele vai adotar postura ainda mais cautelosa, preocupado com comprometimento de renda, inflação, juros e mercado de trabalho. A leitura que o consumidor faz da economia talvez leve ele a agir como fator redutor de crescimento", disse.

Nesta segunda, a FGV anunciou uma queda de 6,1% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) em novembro ante outubro, a mais intensa desde outubro de 2008. De acordo com a instituição, 56% dos consumidores avaliam a situação econômica como ruim, e 37,7% esperam deterioração. Em ambos os casos, o porcentual é o maior de toda a série da sondagem, iniciada em setembro de 2005.

"Nos próximos 3 a 6 meses, me parece que a confiança do consumidor, que tem relação com economia real pelo lado do consumo das famílias, indica que ele deve ficar mais propenso a poupar", acrescentou Campelo. No cálculo do PIB pela ótica da demanda, dois terços vêm do consumo das famílias. "Esse movimento na margem (queda de 6,1%) é estatisticamente significativo para alterar perspectiva de crescimento. Traz uma informação que influencia negativamente o PIB."

Como sintoma dessa cautela, a expectativa de compra de bens duráveis teve nova queda em novembro. Com recuo de 4,8%, o indicador está no menor patamar desde março de 2009. "Temos visto que parece que o consumidor está dando sinais de que prefere trocar novos endividamentos por quitação de dívidas, talvez por um temor de aumento de taxa de juros", comentou a economista Tabi Thuler Santos, da FGV.

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