Os transportadores estão pessimistas com o futuro econômico do País, não acreditam no aumento do Produto Interno Bruto (PIB) e nas soluções para a infraestrutura do transporte nos próximos anos, aponta a Confederação Nacional do Transporte (CNT). De acordo com a Sondagem Expectativas Econômicas do Transportador 2014 - Fase 2, divulgada nesta terça-feira, 25, pela Confederação, parcela de 81,4% dos empresários não acredita no aumento da taxa de crescimento do PIB brasileiro neste ano. Para 72,1% haverá aumento da inflação. Fatia de 67,1% manifestou que o grau de confiança na gestão econômica do governo é baixo. Na primeira sondagem de 2014, divulgada em março, esses índices foram de 70,9%, 63,2% e 52,3%, respectivamente.
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A mais recente edição da sondagem indica que somente 25,8% dos empresários esperam aumento na receita bruta e que 29,4% apostam no aumento no número de viagens ainda em 2014. Em março, esses índices eram 43,2% e 39,3%, destaca a CNT. Também caiu a perspectiva de aumento de contratações formais, de 33,3% para 18 2%. Para a realização da sondagem, foram feitas entrevistas entre 7 e 24 de outubro. Foram consultados 445 empresários dos modais rodoviário (cargas e passageiros), aquaviário (marítimo e navegação interior) e ferroviário (cargas).
Segundo a Confederação, o setor tem encontrado muitas dificuldades na contratação de mão-de-obra qualificada e opera sob a expectativa de aumento da inflação e dos custos dos insumos da atividade e, diante disso, não planeja investir. Neste fim de ano, 72,8% não pretendem adquirir mais veículos, embarcações ou material rodante.
De acordo com a CNT, a falta de estímulo em realizar investimentos pode estar relacionado ao fato de que, para 61,6% do público consultado, a taxa de juros aumentará em 2014, o que significa perspectiva de financiamento mais caro. "Os empresários estão tendo a percepção do baixo crescimento econômico neste ano de 2014. E isso pode estar contribuindo para a redução de aquisição de veículos e de embarcações pelo setor", afirma, em nota, o presidente da CNT, Clésio Andrade.
A sondagem aponta que 61,8% dos transportadores avaliam que os recursos autorizados pelo governo federal não solucionarão problemas de logística. Parcela de 86,8% aprova a participação da iniciativa privada como forma de proporcionar as intervenções necessárias ao setor. Para 54,6%, incentivos fiscais podem estimular esses investimentos privados. Parcela de 75,5% dos empresários entrevistados avaliou que os investimentos estrangeiros em infraestrutura poderão contribuir para a melhoria das condições logísticas no Brasil. Para 55,1%, a aproximação comercial de Brasil e China beneficiará a prestação do serviço de transporte nacional.