O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção da Petrobras e Eletrobras) apresentou superávit primário de R$ 3,729 bilhões em outubro, informou o Banco Central, nesta sexta-feira, 28. Foi o pior resultado para o mês desde 2002. A série histórica do BC teve início em dezembro de 2001.
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Em setembro, o resultado ficou negativo em R$ 25,491 bilhões e, em agosto, em R$ 14,460 bilhões. Em outubro do ano passado, houve superávit de R$ 6,188 bilhões. O resultado primário consolidado de outubro deste ano ficou dentro das estimativas dos analistas do mercado financeiro ouvidos pelo AE Projeções, que iam de um primário de R$ 1,300 bilhão a R$ 4,500 bilhões, com mediana positiva de R$ 2,700 bilhões.
O esforço fiscal do mês passado foi composto por um superávit de R$ 4,903 bilhões do Governo Central (Tesouro, Banco Central e INSS). Os governos regionais (Estados e municípios) influenciaram o resultado negativamente com R$ 741 milhões no mês. Enquanto os Estados registraram um déficit de R$ 1,499 bilhão, os municípios tiveram superávit de R$ 759 milhões. Já as empresas estatais registraram déficit primário de R$ 434 milhões.
Déficit
O esforço fiscal do setor público acumula nos dez primeiros meses do ano um déficit primário de R$ 11,557 bilhões, o equivalente a 0,27% do Produto Interno Bruto (PIB). No mesmo período do ano passado, o superávit primário estava maior, em R$ 51,153 bilhões ou 1,28% do PIB. O resultado verificado este ano até agora é o pior da série histórica do BC, iniciada em 2001.
O esforço fiscal no acumulado deste ano teve influência de um déficit de R$ 14,567 bilhões do Governo Central (0,34% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um saldo positivo de R$ 5,139 bilhões (0,13% do PIB).
Enquanto os Estados registraram déficit de R$ 5 milhões, os municípios alcançaram um resultado positivo de R$ 5,324 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 2,309 bilhões entre janeiro e outubro deste ano (0,05% do PIB).
Juros
O setor público consolidado gastou R$ 21,508 bilhões com pagamento de juros em outubro. Houve redução em relação ao gasto de R$ 43,885 bilhões registrado em setembro deste ano, influenciado pelo resultado negativo com as operações de swap cambial. O saldo, porém, ficou maior do que os R$ 17,717 bilhões vistos em outubro do ano passado.
O governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) teve no mês passado um gasto com juros de R$ 18,009 bilhões. Já os governos regionais registraram despesa com esta conta de R$ 3,187 bilhões, e as empresas estatais tiveram gastos de R$ 312 milhões.
No acumulado dos dez primeiros meses do ano, o gasto com juros do setor público consolidado somou R$ 230,651 bilhões, o equivalente a 5,43% do PIB. No mesmo período do ano passado, o gasto com juros foi de R$ 194,923 bilhões ou 4,89% do PIB. Já nos últimos 12 meses encerrados em outubro, a despesa chegou a R$ 284,584 bilhões ou 5,57% do PIB.
