A prévia da inflação oficial do país em dezembro, medida pelo IPCA-15, mostrou uma forte aceleração dos preços e fechou o mês com alta de 0,79%, resultado acima do 0,38% de novembro.
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Apesar da maior pressão, a inflação encerrou o ano de 2014 em 6,46%, dentro do teto da meta do governo de 6,5% para o IPCA, índice oficial que usa a mesma metodologia --o que difere é apenas o período de coleta, que para o IPCA-15 termina em meados do mês.
Os resultados superaram o previsto pelo mercado. As projeções de analistas, coletadas pela Bloomberg apontavam para uma taxa de 0,75% em dezembro e de 6,42% no índice fechado deste ano.
O IPCA-15 subiu de novembro para dezembro em razão de aumentos mais intensos do grupo transporte (de 0,20% em novembro para 1,59% em dezembro), impulsionados ainda pelo aumento da gasolina (2,15%), e pela forte alta de 42,42% das passagens aéreas, itens que sobem na alta temporada de final de ano.
Ao contrário do esperado, os alimentos também aceleraram com força, passando de 0,56% para 0,94%.
O Itaú esperava uma taxa de 0,80%, maior do que a média dos analistas, para o índice de dezembro, já prevendo a pressão em transportes. A Tendências Consultoria estimava um índice de 0,70%.
Para Elson Teles, economista do Itaú, a tendência maior, com o resultado do IPCA-15 dentro do esperado pelo mercado, é que a inflação oficial do país fique pouco abaixo do limite máximo da meta do governo. Já se o índice fosse além do previsto e ficasse mais perto de 0,80%, como estimara o banco, a chance de não cumprimento da meta é maior. A certeza só virá com o IPCA de 2014, a ser divulgado no início de janeiro.
Segundo Teles, a inflação segue num patamar muito elevado ao redor de 6,5% para uma economia que não cresce.
A maioria das consultorias preveem um PIB com variação próxima a zero neste ano.
O Itaú projeta uma taxa para o IPCA de 6,5%, mas poderia revisar sua previsão marginalmente para baixo a partir do resultado da prévia do indicador, caso ela ficasse dentro da média prevista pelo mercado (0,75%). A Tendências estima uma inflação de 6,4% em 2014.