A agência internacional de classificação de risco Moody's colocou a nota de crédito "Baa2" da Petrobras em revisão para possível rebaixamento. Esse é o passo anterior a um corte da nota, o que significa que a agência vai analisar nas próximas semanas informações sobre a estatal que podem embasar uma redução.
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Com uma mudança assim, a petroleira passaria a ter nota "Baa3" e ficaria a apenas um passo de perder o grau de investimento, espécie de selo de que a empresa é um boa opção para se investir. Hoje, a estatal está dois níveis acima pela escala da agência.
De acordo com a Moody's, a revisão reflete preocupações quanto a potenciais pressões de liquidez, caso a companhia não cumpra as exigências de suas emissões de títulos no que diz respeito à publicação de resultados financeiros, levando os investidores a acelerar o vencimento das dívidas.
Ainda segundo a agência, ações adicionais referentes à nota poderão ser tomadas caso o prazo de publicação dos resultados se aproxime sem progressos.
Ao anunciar novo adiamento da publicação de seu balanço não auditado, em 12 de dezembro, a Petrobras afirmou que foi adiado para 31 de janeiro de 2015 o vencimento das primeiras cláusulas restritivas, possibilitando a apresentação das demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014 não revisadas até essa data, sem risco de declaração de vencimento antecipado de dívidas pelos credores.
REBAIXAMENTOS ANTERIORES
No início do mês, a Moody's já havia reduzido a nota individual da Petrobras (que considera a empresa de forma independente de seu controlador, a União), assim como a da Eletrobras. Nos dois casos, as notas de classificação mais importante foram preservadas.
E no último dia 17, outra agência de classificação de risco, a S&P (Standard and Poor´s) rebaixou o perfil de crédito individual da Petrobras de "BBB-" para "BB". A mudança significou que, considerada de forma independente de seu controlador, a estatal passou a ter uma nota correspondente ao chamado grau especulativo.
O grau especulativo indica que a empresa tem um risco considerável de calote de sua dívida. A S&P reafirmou, no entanto, a nota de crédito corporativo da petroleira em "BBB-", o mais baixo patamar do grau de investimento, devido à grande probabilidade de "ajuda extraordinária pelo governo", em caso de dificuldade financeira.
A S&P revisou, ainda, a nota de administração e governança da Petrobras de satisfatória para justa.
"Acreditamos que a Petrobras tem menor capacidade de identificar e efetivamente controlar riscos estratégicos, como visto nas investigações de corrupção e nos atrasos na divulgação de informações financeiras", escreveram os analistas.
A nota de crédito corporativo da Petrobras somente deve ser rebaixada, sem nenhuma ação sobre a nota soberana brasileira, caso o perfil de crédito individual caia para nota "B", ou inferior, adianta a S&P.
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Na última quinta-feira (18), a S&P rebaixou a nota de cinco empresas fornecedoras de equipamentos e serviços para a Petrobras, cuja avaliação já havia sido revisada para pior.
Como as demais empresas não têm o mesmo suporte do governo, a agência decidiu rebaixar as notas da Odebrecht Offshore Drilling Finance (de "BB-" para "BB"), da Odebrecht Óleo e Gás (de "BBB-" para "BB+"), da QGOG Constellation e da Sete Brasil Participações (ambas de "BB+" para "BB") e do Schahin II Finance (de "BBB-" para "BB").
Na visão da S&P, a crise da Petrobras dificulta o acesso a capital e pode ocasionar limitações de caixa para pagamentos aos fornecedores nos próximos meses.
Apesar do problema de caixa, a agência reconheceu que a maioria dessas empresas têm contratos de longo prazo com a Petrobras, o que suaviza o impacto na cadeia de petróleo e gás.