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Aumento da poupança é meta para Joaquim Levy

O ministro da Fazenda mencionou mais de uma vez a necessidade da criação de políticas públicas para estimular a taxa de poupança no País.

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Publicado em 10/01/2015 às 9:20
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O ministro da Fazenda mencionou mais de uma vez a necessidade da criação de políticas públicas para estimular a taxa de poupança no País. - FOTO: Fabio Braga/Folhapress
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Antes mesmo de tomar posse, a nova equipe econômica da presidente Dilma deixou claro seu desafio imediato: arrumar as contas públicas e aumentar o resultado fiscal. Mas outros temas têm sido repetidos pelos ministros Joaquim Levy (Fazenda) e Nelson Barbosa (Planejamento).

Aumentar o nível de poupança no país, a produtividade da economia e a transparência das ações e metas do governo estão no segundo escalão das prioridades econômicas para os próximos anos. Levy tem afirmado que talvez seja necessária a criação de políticas públicas para estimular a formação de reserva das famílias e empresas.

A taxa de poupança no País, que inclui também o que é poupado pelo setor público, está em 14% do PIB, o menor nível em 14 anos. O ministro falou em seu discurso inaugural, logo após sua indicação à Fazenda, que o governo "dará o exemplo" para famílias, empresas, estados e municípios, ampliando a sua poupança - no jargão econômico, o superavit.

Para o professor de economia da FGV-EESP, Clemens Nunes, no cenário brasileiro em que a demanda cresce mais que a oferta, é preciso mais poupança para acelerar o investimento produtivo no país - como ampliação e modernização de fábricas e compra de máquinas - e em infraestrutura. Com o governo gastando mais do que arrecada, e as famílias e as empresas poupando pouco, faltam recursos para o país ter uma estratégia mais forte de investimento, segundo o especialista.

PRODUTIVIDADE

Também no sentido de ampliar a oferta de produtos e serviços, outra preocupação da nova equipe é aumentar a produtividade e a eficiência da economia nacional. Grupos de trabalho formados por representantes do governo e do setor privado apresentaram a Dilma propostas para que o país consiga nos próximos anos produzir mais, com a estrutura que tem hoje.

Cortar perdas com transporte ineficiente, tributação truncada, burocracia e barreiras para abertura e fechamento de empresas estão entre as propostas, segundo a Folha apurou. Ampliar programas de qualificação do trabalhador e abrir o mercado para mão de obra qualificada estrangeira são medidas que também estão no radar.

A diretora de Estudos e Políticas Setoriais de Inovação, Regulação e Infraestrutura do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), Fernanda De Negri, defende que é preciso ampliar a produtividade para o país crescer de forma sustentada.

Ela explica que a ampliação da oferta no país foi impulsionada nos últimos anos pelo aumento da mão de obra, e não com investimento em formas mais eficientes de produção. Mas esse padrão de expansão se esgotou, com a proximidade do pleno emprego, e é preciso reverter esse quadro.

Em seu discurso inaugural, Levy destacou que a concorrência, o empreendedorismo e a inovação serão indispensáveis para o crescimento da economia brasileira.

TRANSPARÊNCIA

Se o discurso da nova equipe econômica se confirmar, metas improváveis de serem cumpridas, um expediente corriqueiro na gestão passada, darão lugar a objetivos e dados mais realistas.

Essa é a aposta para recuperar a abalada confiança na economia, o que será fundamental para a retomada do crescimento, que acontecerá, pela previsão do novo time escalado por Dilma, em 2016.

Levy já sinalizou que quer dar mais transparência aos dados fiscais. Há a proposta de criar relatório semanal com a previsão de economistas do mercado sobre as contas públicas, nos moldes do que faz o BC com seu relatório Focus, com estimativas sobre inflação e crescimento, por exemplo.

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