A prévia da inflação oficial do país, o IPCA-15 de janeiro acelerou e ficou em 0,89%, alta impulsionada sobretudo pelos reajustes da energia elétrica e uma forte pressão dos alimentos.
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Em novembro, o índice já havia sido elevado --0,79%, mais do que o dobro do de outubro (0,38%). A taxa também supera a de janeiro de 2014 (0,67%). Os dados foram divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (23).
O resultado do mês ficou abaixo das previsões de economistas, que esperavam alta de 0,90%. No entanto, o índice de janeiro é o maior desde fevereiro de 2011 (0,97%). Com a forte pressão no período, a taxa em 12 meses subiu para 6,69%, a mais alta desde outubro de 2011 (7,12%).
Em 2014, a prévia fechou o ano em 6,46%, acima de 2013 (5,85%). A taxa, porém, ficou dentro do teto da meta do governo, cujo topo é de 6,5% --mesmo patamar para 2015.
O limite vale para o IPCA, índice oficial do país, que adota a mesma metodologia do IPCA-15. Só muda o período de coleta. O IPCA-15 fecha em meados do mês e o IPCA, no final.
GRUPOS
Em janeiro, os alimentos subiram 1,45%, mais do que o já pressionado índice de 0,94% de dezembro. O principal impacto veio do reajuste das carnes (3,24%).
Já a energia elétrica aumentou 2,60% e representou o segundo principal impacto no IPCA-15. Juntos, alimentos e energia corresponderam a 40% da inflação de janeiro.
Além da energia, os gastos com habitação, que subiram 1,23%, foram influenciados por outros importantes itens, como aluguel residencial (1,26%), mão de obra para pequenos reparos (0,95%), condomínio (0,81%) e taxa de água e esgoto (0,77%).
Também pesaram no aumento do custo de vida os reajustes de ônibus urbanos, com alta de 2,85% em razão do aumento das tarifas em Rio de Janeiro, Belo Horizonte, São Paulo, Salvador e Recife.
PREVISÕES
Essas altas não foram ainda integralmente captadas, assim como uma parte dos de energia e água e esgoto. Diante disso e de uma possível manutenção dos preços de alimentos em patamar elevado, especialistas esperam que a inflação oficial de janeiro, medida pelo IPCA, supera a taxa de 1%.
Para 2015, a pressão da energia elétrica (que pode subir até 40%) e de outros preços controlados pelo governo, como os alimentos e a gasolina --que terá o preço elevado com a alta dos impostos-- já faz alguns analistas esperarem que o índice supere o teto da meta.
Até mesmo a Fazenda considera essa possibilidade, apesar do fraco crescimento econômico previsto (perto de zero) e das medidas para restringir o consumo, como o aumento dos juros.