O aumento dos juros no Brasil contribuiu para que o investimento estrangeiro em títulos de renda fixa no país alcançasse em janeiro o valor recorde de US$ 8,2 bilhões, segundo o Banco Central. O maior valor registrado até hoje era a entrada de US$ 7,2 bilhões em setembro de 2013.
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O valor registrado pelo BC em janeiro é mais que o dobro do capital estrangeiro destinado a investimentos diretos (IED) em empresas no mesmo mês, que somou US$ 4 bilhões.
A renda fixa foi o principal destino do capital estrangeiro em janeiro, superando também as aplicações em ações (US$ 1,7 bilhão).
O Brasil está hoje entre os países com as maiores taxas de juros do mundo. E a perspectiva é que elas continuem subindo nos próximos meses.
O capital estrangeiro, mesmo aquele de curto prazo, contribui para financiar o deficit do país nas suas transações com o exterior, que ficou em US$ 10,7 bilhões em janeiro. O valor está abaixo do verificado no mesmo período de 2013 e de 2014, quando o resultado negativo superou US$ 11 bilhões.
A queda em relação ao primeiro mês de 2014 é explicada, principalmente, pela redução do déficit na balança comercial e pelas queda nas remessas de lucros e dividendos. Por outro lado, houve aumento nos gastos com serviços, como viagens internacionais, e nas remessas para pagamento de juros no exterior.
Os gastos com viagens internacionais, por exemplo, somaram US$ 2,2 bilhões no mês passado, acima do verificado no mesmo período de 2014 (US$ 2,1 bilhões), apesar da alta do dólar que torna essas viagens mais caras para os brasileiros.