O contribuinte que antecipar a restituição do Imposto de Renda por meio de empréstimo bancário neste ano pagará juros mais altos que em 2014. Principalmente na Caixa, instituição que promoveu o maior reajuste na taxa dessa linha de crédito.
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O banco estatal apresenta a maior taxa entre as quatro grandes instituições que já lançaram essa linha. Em 2014, a Caixa oferecia juros a partir de 1,99% ao mês. Agora, a taxa começa em 2,92% ao mês.
Procurado, o banco não explicou o motivo do aumento. Em nota, disse que o produto tem "uma das melhores taxas do mercado".
Desde o período de restituição de 2014, a taxa básica de juros, a Selic, subiu, o que elevou o custo do crédito.
No Banco do Brasil, que oferece o menor juro entre as grandes instituições, a taxa mínima subiu de 1,69% para 1,93% ao mês. No Santander, de 2,20% para 2,29% ao mês. No Bradesco, a taxa mensal passou de 2,27% para 2,31%. O Itaú Unibanco não havia lançado a linha para 2015 até a noite desta sexta.
Para ter acesso ao empréstimo, é preciso possuir uma conta aberta no banco e a ter indicado à Receita para o recebimento da restituição. Após a entrega da declaração, é preciso levar o recibo do fisco à instituição financeira.
A maioria dos bancos financia até 100% do valor a ser recebido, dependendo da análise de crédito. A Caixa empresta até 75%. Nesse banco estatal, o valor do crédito é limitado a R$ 30 mil. Nos outros três, a R$ 20 mil.
O empréstimo vence no momento em que for creditada a restituição ou em 30 de dezembro de 2015, o que ocorrer primeiro. Quem fica na malha fina precisa quitar a dívida nessa data, mesmo sem ter recebido o dinheiro devido pela Receita.
Especialistas indicam usar esse tipo de empréstimo para quitar dívidas com juros mais altos, como cartão de crédito e cheque especial (que superam 10% ao mês), ou do empréstimo pessoal sem desconto em folha de pagamento (a partir de 4%).
Na maioria dos casos, as taxas são maiores ou estão próximas das do crédito consignado para servidores públicos e beneficiários do INSS, que variam de 1,69% a 2,20% ao mês nos grandes bancos.
O problema em antecipar a totalidade da restituição é que, na data de pagamento do empréstimo, o valor creditado pela Receita será inferior à dívida. Ou seja, será necessário ter mais dinheiro na conta para quitar o débito.
Isso ocorre porque a restituição é corrigida mensalmente em cerca de 1%, o equivalente à Selic, hoje em 12,75% ao ano. Quanto mais tempo demorar para sair a restituição, maior será a diferença.
Quem pegar o crédito hoje e esperar até dezembro para receber dinheiro, por exemplo, deve pagar juros de cerca de 30% no período. Já a correção da restituição ficaria em cerca de 10%. Isso representaria um custo de R$ 1.000 para quem vai receber uma restituição de R$ 5.000.