Em palestra dada à ACSP (Associação Comercial de São Paulo), o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, defendeu os ajustes feitos pelo governo e a postura da presidente Dilma em relação à crise econômica. Para ele, as contas do país impedem novas medidas de incentivo fiscal.
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Levy afirmou concordar com a presidente sobre o fato de que "o mundo mudou" e isso tem impactado na economia brasileira. Para o ministro, a diminuição de políticas de incentivo à economia em parceiros como Estados Unidos e China teve impacto negativo no país.
Para ele, a situação fiscal do Brasil faz com que o país não suporte outras medidas de estímulo. "Temos que equilibrar o BNDES e eliminar mudanças que haviam sido feitas. Eram medidas claramente insustentáveis do ponto de vista fiscal", disse.
O ministro afirmou que o governo trabalha para eliminar cenários mais desfavoráveis, como o "downgrade" por parte de agências de classificação de risco, crise cambial e inflação alta. "Quanto menor a incerteza geral, mais dá para cada um tomar risco", afirmou.
Os cortes, no entanto, ocorrem dentro dos limites do Executivo e são barrados por gastos obrigatórios, como os aprovados pelo Congresso.
"Há partidos propondo que todo aumento do salário mínimo seja transferido indiscriminadamente ao INSS. Partidos da oposição têm sido muito focais nisso. Ajustes da aposentadoria acima da inflação têm que ser discutidos, mas são questões que vão além da área em que o Executivo pode atuar. Nas medidas em que o governo pode mexer, os cortes têm sido muito fortes."
Ele criticou agendas de apoio por cada setor produtivo e intervenções via "capitalismo de Estado". "Senão criamos uma economia cada vez mais complexa em que cada problema cria três outros."
Ele afirmou que juros mais baixos virão quando os gastos públicos estiverem equilibrados e a poupança brasileira, maior.
"Juros da Ásia são baixos, mas eles têm poupança de 30%, 40% do PIB", afirmou. Para ele, a poupança brasileira pode ter caído para menos de 12% do PIB.