EIKE BATISTA

A jornal, Eike admite ter errado e diz que voltará ao mercado

Empresário falou acompanhado de dois advogados que, segundo a reportagem, impediram que ele comentasse sobre a ação judicial em que é réu por uso de informação privilegiada

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Publicado em 17/03/2015 às 12:09
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Empresário falou acompanhado de dois advogados que, segundo a reportagem, impediram que ele comentasse sobre a ação judicial em que é réu por uso de informação privilegiada - FOTO: Foto: Fotos Públicas
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O empresário Eike Batista afirmou, em entrevista ao jornal "Valor Econômico", que planeja uma volta aos negócios, mas desabafou: "Confesso que errei". Com patrimônio avaliado em US$ 34,5 bilhões em 2012, ele diz ter hoje US$ 1 bilhão negativo.

O empresário falou acompanhado de dois advogados que, segundo a reportagem, impediram que ele comentasse sobre a ação judicial em que é réu por uso de informação privilegiada.

Segundo a reportagem, ele repetiu várias vezes a frase "I'll be back", dita pelo robô vivido por Arnold Scwarzenegger no filme "O Exterminador do Futuro".

Batista relembrou sua carreira e lamentou investir em petróleo depois de duas décadas garimpando minério de ferro e ouro, de onde saiu com uma fortuna de US$ 1 bilhão no fim da década de 90, segundo afirmou ao "Valor".

O patrimônio do empresário começou a diminuir em 2012, conforme suas empresas passaram a falhar em cumprir com cronogramas e entregar resultados.

Em 2013, a petroleira OGX anunciou que não seguiria adiante com a prospecção de petróleo na Bacia de Campos, aprofundando a crise.

"Os negócios que eu fazia [no garimpo de ouro] eram para acabar em 15 anos, mas tem coisa rodando há 30 anos. Poxa, no petróleo eu estou errado?", afirmou ao jornal.

"Quando a gente anunciou que realmente os campos não iam render o esperado, criou-se aquele vácuo de credibilidade. Isso extrapolou para todas as companhias. Virou uma corrida bancária", disse em outro trecho.

OFERTA DE US$ 7 BILHÕES

Ele lamentou não ter aceitado, quando era tempo, uma oferta de uma grande petroleira por 30% da área explorada pela OGX em Campos, um negócio de US$ 7 bilhões.

"Só que o meu pessoal falou assim: 'Vale três vezes mais'. Se seu pessoal fala isso, você não vende. Fui com muita sede ao pote", disse.

"Teoricamente, estou com nada", afirmou. Ele recebe anualmente US$ 5 milhões do Mubadala, fundo soberano de Abu Dahbi, seu sócio desde 2012.

MEDICAMENTO COMESTÍVEL

O único negócio que abriu para a reportagem foi um medicamento comestível fabricado pela sul-coreana C.L. Pharm que, segundo Eike, entra mais rapidamente na corrente sanguínea.

"É uma mistura de nanotecnologia com laser. Você bota embaixo da língua e em 20 segundos vem o efeito", afirmou.

Batista diz que fechou uma parceria para fabricar os medicamentos na Argentina e vendê-los nas Américas e na África. "Eles [os coreanos] estão mais ou menos três anos à frente da concorrência", disse.

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