Brasil e Paraguai devem elaborar ações conjuntas para coibir o contrabando nas fronteira entre os dois países.
Leia Também
É o que defendem o delegado da Receita Federal em Foz do Iguaçu Rafael Dolzan, o repórter do jornal paraguaio 'ABC Color' Candido Figueiredo Ruiz e o professor do programa de pós-graduação em Estudos Estratégicos Internacionais da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), Camilo Pereira Carneiro Filho.
Eles participaram do segundo dia do "Fórum o Contrabando do Brasil", nesta quinta-feira (19), promovido pela Folha.
O delegado da Receita afirma que, para combater o contrabando, é preciso ter atuações legislativa e repressiva. "E, pensando em solução de longo prazo, temos a questão do diálogo com o Paraguai", acrescenta.
Também para o paraguaio Ruiz, maior diálogo entre Paraguai e Brasil é caminho para combater o crime.
"Só vamos resolver esse problema [do contrabando] com uma conversa e unificação entre os dois países. Pela experiência que tenho, porém, acho que ainda há um longo caminho pela frente", diz o jornalista
Já Camilo Pereira Carneiro Filho, da UFRGS, diz que o Governo Federal elabora estudos que privilegiam apenas o lado brasileiro e sugere o monitoramento também de áreas paraguaias.
Para ele, há desconhecimento por parte de autoridades das fronteiras e outra alternativa para coibir o crime seria a geração de renda e emprego na região. Segundo o professor o desemprego é um dos principais motivos que leva ao crime do contrabando e descaminho.
MELHORA
O delegado da Receita Federal Rafael Dolzan ressalta que o cenário atual do contrabando melhorou em relação ao dos últimos anos.
"Antes, os sacoleiros predominavam na ponte da Amizade [na fronteira do Brasil com o Paraguai]. Hoje, a maioria das pessoas que circula na ponte é turista", disse Dolzan. "No passado, o crime acontecia à luz do dia e todo mundo achava normal. Hoje não é mais assim", completa.
CIGARRO
Por causa do baixo imposto paraguaio, o cigarro é o produto que mais avança em contrabando no Brasil. Chega principalmente por Foz do Iguaçu, na Tríplice Fronteira com Paraguai e Argentina, onde representa R$ 2 de cada R$ 3 em mercadorias que entram no país sem pagar impostos.