Financeiro

Após bater R$ 3,31, dólar recua ajudado por otimismo no exterior

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em baixa de 2,65%, para R$ 3,218

Da Folhapress
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Publicado em 20/03/2015 às 18:24
Foto: Marcos Santos / USP Imagens
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em baixa de 2,65%, para R$ 3,218 - FOTO: Foto: Marcos Santos / USP Imagens
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Após atingir R$ 3,317 nos primeiros negócios desta sexta (20), o dólar fechou em baixa de mais de 2% em relação ao real ajudado pelo otimismo nos mercados internacionais. O real foi a moeda emergente que mais se valorizou em relação à divisa americana nesta sessão, segundo a Bloomberg.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em baixa de 2,65%, para R$ 3,218. Na semana, o dólar caiu 1,02%, mas no ano sobe 21,54%. O dólar comercial, usado em transações no comércio exterior, caiu 2%, para R$ 3,23. Na semana o dólar comercial teve queda de 0,6%, mas no ano avança 21,3%.

Os investidores avaliaram de forma positiva a possibilidade de um acordo entre a Grécia e a zona do euro, após o governo grego assegurar que pretende cumprir o plano de reformas econômicas, após o primeiro-ministro Alexis Tsipras garantir aos líderes da zona do euro que seu governo vai acelerar o trabalho para evitar a falência.

Com o otimismo no exterior, 21 das 24 principais moedas emergentes se valorizaram em relação ao dólar.

Além do cenário externo, analistas ouvidos pela reportagem citam como fator de alívio notícias de que o vice-presidente Michel Temer (PMDB) manteve, nas últimas semanas, contatos com membros dos dois principais partidos de oposição -o PSDB e o DEM-, o que sugere que o governo tenta melhorar sua articulação política.

ARTICULAÇÃO

Os encontros do vice-presidente, Michel Temer, com líderes da oposição foram vistos como uma tentativa do governo de melhorar sua articulação política.

Michel Temer esteve com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) há cerca de um mês, em São Paulo. O vice-presidente afirmou que queria uma conversa sobre mudanças na legislação eleitoral, segundo aliados do peemedebista. O mesmo assunto foi usado depois para justificar um encontro com o senador José Serra (PSDB-SP) em Brasília, na residência oficial do vice.

Outra notícia que pesou foi o esforço anunciado pelo governo para alcançar o superavit primário de 1,2% do PIB (Produto Interno Bruto). A presidente Dilma Rousseff deu declarações afirmando que fará um contingenciamento "significativo" do Orçamento da União neste ano para garantir o cumprimento da meta de superavit primário.

"Há rumores de que em fevereiro o Brasil terá superavit primário, reflexo de ajustes que não dependem da aprovação do Congresso, como a melhora da arrecadação pelo aumento do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), aumento do IOF e PIS/Cofins", avalia Carlos Pedroso, economista sênior do Banco de Tokyo-Mitsubishi.

Para ele, parte da queda foi causada por investidores que decidiram embolsar lucros após as fortes altas do dólar na semana. "O real está inflado, e essa depreciação forte da moeda brasileira não ocorreu só por causa do cenário externo, mas também pelas diversas incertezas que temos no cenário doméstico", ressalta.

Na manhã desta sexta (20), o Banco Central deu sequência aos leilões de contratos de swap cambial (equivalentes a uma venda futura de dólares), que tem sido feitos normalmente, segundo programa de intervenções no mercado já em vigor.

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