Os preços são fator preponderante para a decisão de consumo, revela pesquisa nacional da Federação do Comércio do Estado do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ), em parceria com o Instituto Ipsos. Divulgada hoje (26), a pesquisa mostra que os preços influenciam a decisão de compra para 82,2% dos brasileiros, seguindo-se o fator qualidade para 77,1%. A marca (17,9%) e o conforto (12,1%) aparecem em terceiro e quarto lugares, respectivamente. O levantamento foi feito entre os dias 16 e 31 de janeiro, com mil consumidores, em 70 municípios.
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De acordo com a classe econômica, entretanto, os elementos considerados prioritários para as compras são divergentes. O preço é o fator mais exigido (80%) pelas classes C, D e E, enquanto a qualidade é o elemento mais analisado e determinante (82,8%) dos consumidores das classes A e B. Na avaliação do gerente de Economia da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, a pesquisa sinaliza o que o senso comum aponta. “Que, em geral, as classes da base da pirâmide social dão ênfase relativamente maior ao preço, enquanto para as Classes A e B a qualidade pesa relativamente mais”. Observou, porém, que isso não significa que o preço não conte para a classe AB ou que a qualidade não tenha destaque para as classes C e DE. “Mas existem diferenças entre essas duas classes”.
Segundo o economista, o que se pode notar em comparação a 2014 e a anos anteriores é que houve maior ênfase do brasileiro da classe AB no preço, embora a qualidade permaneça à frente, e para as classes C e DE, o preço se tornou ainda mais relevante. Acrescentou que pela conjuntura econômica atual, o fator preço ganha apelo maior de 2014 para 2015.
“O consumidor já vinha apresentando comportamento mais seletivo ao longo de 2014 e agora essa tendência permanece”. A boa notícia, frisou, é que esse comportamento é positivo para a manutenção do poder de compra. “O consumidor deve pesquisar preços, estar preocupado em manter seu padrão de consumo, comparando preços e adequando o consumo à sua realidade. Isso é importante para que ele não se torne inadimplente”, acrescentou.
O levantamento sobre os hábitos de consumo da população mostra que a televisão continua como principal meio para as pessoas se inteirarem sobre promoções efetuadas pelos comerciantes, com 46,3% das respostas. Já a internet, que tinha participação nula em 2009, mostrou adesão este ano de 8,5%, elevando o total de respostas dadas no ano passado (5,5%). No interior do país, o carro de som ainda é o meio mais usado por 20,2% dos comerciantes para anunciar promoções, apesar de aparecer com menor relevância em comparação ao ano passado (23,3%).
“A TV é o elemento tradicional de maior adesão quando se questiona os meios mais utilizados pelo consumidor para saber das promoções e liquidações. E a gente tem o novo e o antigo. O mais antigo é o carro de som. É a diversidade brasileira em uma análise sobre consumo, propaganda. A internet, se ainda tem uma citação inferior a 10%, era nula em 2009. Avançou no mercado consumidor em prazo relativamente pequeno, e a tendência é que ela cumpra, cada vez mais, o papel de fazer a ligação do consumidor com o varejo”, disse o economista.