ELETRICIDADE

ONS afasta racionamento de energia em 2015

A crise econômica e o tarifaço já levaram o operador a reduzir a sua estimativa para o crescimento no consumo deste ano de 3,2% para 0,2%

Folhapress
Cadastrado por
Folhapress
Publicado em 27/03/2015 às 21:55
Foto: Marcos Santos /USP Imagens
A crise econômica e o tarifaço já levaram o operador a reduzir a sua estimativa para o crescimento no consumo deste ano de 3,2% para 0,2% - FOTO: Foto: Marcos Santos /USP Imagens
Leitura:

Os reservatórios das hidrelétricas do Sudeste devem chegar ao final do período chuvoso com água suficiente para afastar a possibilidade de racionamento em 2015, segundo o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).

O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, disse nesta sexta (27) que os reservatórios do Sudeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do país, chegarão ao fim de abril entre 32% e 35% de sua capacidade total.

Se confirmado, será o nível mais baixo para abril desde 2001, quando os reservatórios estavam em 32% e houve racionamento. Nos últimos dez anos, os reservatórios encerraram abril com 77% da capacidade, em média.

Mas, para Chipp, um percentual acima de 30% permite chegar ao fim de 2015 com a média dos reservatórios acima de 10% -percentual estipulado pelo ministro Eduardo Braga (Minas e Energia) como limite para que seja adotado o racionamento.

"Vamos perseguir até a última gota a garantia física de oferta de energia", diz Chipp.

As chuvas de fevereiro e março e a economia fraca levam o ONS a afastar a adoção de medidas extremas para reduzir a demanda de energia.

A crise econômica e o tarifaço já levaram o operador a reduzir a sua estimativa para o crescimento no consumo deste ano de 3,2% para 0,2%.

Para especialistas no setor, o nível dos reservatórios próximo de 35% é arriscado.

Com a queda no consumo e o aumento da oferta resultante de medidas emergenciais, os reservatórios podem chegar ao final do ano em torno de 10%, evitando o racionamento em 2015, segundo Cristopher Vlavianos, presidente da Comerc. "Mas a situação é crítica", afirma.

Para João Carlos Mello, da Thymos, a ausência de racionamento transfere o problema para 2016. "Isso perpetua a situação de fragilidade."

Últimas notícias