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Vendas em supermercados caem 7,64% em fevereiro

No acumulado dos dois primeiros meses de 2015, as vendas aumentaram 1,93%

Da ABr
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Publicado em 31/03/2015 às 15:40
Foto: Marcelo Camargo / ABr
No acumulado dos dois primeiros meses de 2015, as vendas aumentaram 1,93% - FOTO: Foto: Marcelo Camargo / ABr
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As vendas em supermercados caíram 7,64% em fevereiro em comparação com janeiro. No entanto, em relação a fevereiro de 2014, houve crescimento de 0,35% no movimento, segundo balanço divulgado hoje (31) pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). No acumulado dos dois primeiros meses de 2015, as vendas aumentaram 1,93%. Os percentuais levam em consideração a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

O presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda, disse que o resultado do ano ainda é positivo por causa do bom desempenho do setor em janeiro. Porém, o desaquecimento da economia e a alta da inflação estão diminuindo a capacidade de compra da população. “Nós temos indicadores macroeconômicos que não estão bons, com o nível de confiança do consumidor também caindo. Estamos com inflação alta, e isso acaba afetando muito o poder aquisitivo”, ressaltou, durante a apresentação dos dados.

Segundo Honda, o resultado de fevereiro, entretanto, foi afetado pelo menor número de dias no mês e pelo feriado de carnaval. “Nossas vendas são dia a dia. Então, quanto mais dias, melhor”, explicou. Mesmo assim, os números do mês indicam que o setor não deverá ter uma grande expansão neste ano.

Para Honda, o cenário econômico e o ajuste fiscal proposto pelo governo federal dificultam as previsões para o ano. Por isso, ele evitou dizer se será possível atingir a estimativa feita no início do ano de crescimento de 2% em 2015. “Fica difícil fazer previsões neste ano de ajuste, que vai impactar em toda a cadeia. De janeiro  para cá, mudou tanta coisa, os números deterioraram tanto.”

Honda ponderou, no entanto, que os supermercados podem ser beneficiados pela mudança de hábito do consumidor que vai buscar alternativas mais baratas de alimentação, por exemplo. “A alimentação fora do lar, que ganhou um espaço muito grande [nos últimos anos], deve perder esse espaço. Aí o varejo alimentar é beneficiado nesse aspecto.”

Na opinião de Honda, o  que parece claro é que o setor está perdendo o impulso que permitiu altos níveis de expansão nos últimos anos. “O nosso ciclo de crescimento, que nós tivemos a partir de 2005, perde força agora. Certamente, nós temos muitos desafios neste ano.”

O faturamento do setor chegou a R$ 294,9 bilhões no ano passado. O montante significa crescimento real de 1,8% em relação a 2013. Com 83,6 mil lojas, os supermercados empregam 1,75 milhão de pessoas em todo o país.

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