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Confiança dos empresários se aproxima à da crise de 2008

A queda foi menor que a registrada no trimestre anterior, de 7,18%

Da Folhapress
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Publicado em 02/04/2015 às 16:27
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O nível de confiança dos empresários que comandam pequenas e médias empresas para o segundo trimestre de 2015 recuou 2,2% em comparação com o do período anterior, de acordo com o Índice de Confiança do Empresário de Pequenos e Médios Negócios no Brasil (IC-PMN) divulgado na quarta-feira (1º).

A queda foi menor que a registrada no trimestre anterior, de 7,18%, mas ficou apenas 0,5 ponto acima do índice do segundo trimestre de 2009, na esteira da crise global de 2008.

O índice, calculado com base em uma pontuação que varia de 0 a 100 (em que 100 é confiança máxima), caiu de 58,9 para 57,7 pontos.

Regionalmente, contudo, o empresariado está dividido. Nas regiões Sudeste e Norte, predomina o pessimismo, enquanto Nordeste e Centro-Oeste estão mais confiantes para o período de abril a junho.

No Nordeste, houve um aumento no nível de confiança de 3,1% em reação ao primeiro trimestre do ano. No Centro-Oeste, de 2,2% e, no Sul, de 0,7%. Entre as quedas, a maior foi registrada no Sudeste, de 5,3%, seguida pelo Norte, de 2,7% -mas que, em termos de pontuação absoluta, é a região mais confiante do Brasil, com 62 pontos.

Em contrapartida, a menos confiante é a Sul, com 56,7 pontos.

"Nós estamos no nível mais baixo da série, com exceção do período 2008-2009. É como se tivéssemos chegado ao fundo do poço, e tivesse dado um rebote", afirma o professor do Insper Gino Olivares, um dos pesquisadores do estudo.

Para o professor, ainda é prematuro tentar explicar as diferenças regionais e, mais importante que as variações, é o fato do nível de confiança de todas as regiões estar próximo a mínimas históricas.

Na comparação entre setores, o de serviços é o mais pessimista, com um recuo de 3,18%, no nível geral de confiança, seguido pelo comércio, com uma queda de 2,2%. Já o índice de confiança da indústria manteve-se estável no período -em termos de pontuação absoluta, o setor tornou-se o mais confiante da economia, com 58,9 pontos.

Entre os quesitos avaliados que compõem o indicador, a confiança na economia brasileira é o que apresenta a menor pontuação, de 48,4 pontos (a única abaixo dos 50 pontos) -uma queda de 6,2% em relação ao trimestre anterior. Apesar da retração de 1,7%, a confiança no faturamento é a que apresenta a pontuação mais alta, de 63,6 pontos.

EXPANSÃO

Apesar da queda de confiança, apenas 17,6% dos empresários entrevistados disseram que não têm interesse em expandir o negócio. Entre os que pretendem abrir, a principal barreira relatada é a falta de recursos financeiros (54,2%). Em segundo lugar, vem a dificuldade de atrair e reter clientes (15,4%).

A pesquisa, elaborada pelo Centro de Pesquisas em Estratégia do Insper com apoio do Santander, foi feita por meio de entrevistas telefônicas com 1.328 pequenos e médios empresários brasileiros. A margem de erro é de 1%, para mais ou para menos.

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