Embora ainda pressionados, os serviços já não sobem acima da inflação média em razão do esfriamento do consumo e da alta de preços de produtos e tarifas essenciais, como alimentos e energia. Em 12 meses até março, os serviços acumularam alta de 8,02%, abaixo do IPCA no período (8,13%). O índice de março ficou em 0,58%, menos da metade do IPCA "cheio" --de 1,32%.
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Com juros mais altos, rendimento em desaceleração, desemprego mais elevado e reajustes de preços importantes na cesta de consumo das famílias, os consumidores ficaram mais seletivos e os serviços frearam a tendência de alta dos últimos anos, quando subiam acima da inflação. Em 2014, esse agrupamento avançou 8,32%, mais do que os 6,41% do IPCA.
Nos três primeiros meses deste ano, os serviços aumentaram menos do que a inflação média. O segmento é visto por analistas como um dos poucos contrapontos à inflação maior neste ano e perde fôlego num cenário de consumo contido e da própria inflação mais alta --o que reduz a renda disponível das famílias e as faz concentrar.
As altas mais moderadas ficaram justamente com os serviços menos prioritários de áreas como telefonia, internet e turismo. Os mais essenciais --e de maior peso no orçamento-- avançaram com mais força. É o caso de alimentação fora do domicílio (alta de 10,03% em 12 meses), aluguel (9,10%) e condomínio (8,60%).
Para Eulina Nunes dos Santos, coordenadora do IBGE, as famílias têm priorizado o consumo de bens e serviços "essenciais" diante da forte alta de alimentos, energia e transporte.
Em relatório, o Bradesco destaca a freada dos serviços, mas ressalva que "a desaceleração dos preços de serviços continuará em ritmo bastante gradual ao longo de 2015."