O Ministério Público Federal abriu nesta quinta-feira um inquérito para investigar a compra de 36 caças suecos, modelo Gripen NG, pelo governo brasileiro.
O contrato, assinado em outubro passado, foi fechado por US$ 5,4 bilhões (cerca de R$ 16,5 bilhões). O valor é US$ 900 milhões (R$ 2,7 bilhões) a mais do que o previsto na proposta do fabricante, apresentada no final de 2013.
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Caso sejam constatadas irregularidades, o Ministério Público poderá pedir o cancelamento do negócio. A apuração ficará a cargo do Núcleo de Combate à Corrupção da procuradoria, em Brasília.
Apesar de o compromisso já ter sido firmado, os caças só serão entregues entre 2019 e 2024, prazo adiado um ano além do esperado inicialmente.
O executivo Marcus Wallenberg, presidente do conselho de administração da empresa sueca Saab, fornecedora das aeronaves, se reuniu com a presidente Dilma Rousseff no dia 1º deste mês.
Após o encontro no Palácio do Planalto, Wallenberg disse acreditar que a crise financeira e o ajuste fiscal promovido pelo governo não impedirão o Brasil de honrar com o contrato.
A Aeronáutica, por meio da assessoria de imprensa, informou que não reconhece qualquer irregularidade na aquisição dos caças.
Argumenta que o negócio foi fechado em coroas suecas e, em consequência da variação cambial, o valor final do acordo -US$ 5,4 bilhões em 2014- hoje equivale a US$ 4,6 bilhões.
A Aeronáutica lembra ainda que os novos caças serão usados por, no mínimo, 40 anos.
Como já fizera anteriormente, destaca que deve se levar em consideração que o Brasil solicitou alterações significativas nos requerimentos do projeto, na comparação com o pedido inicial, de 2009.
Por fim, informa ainda que não foi notificada oficialmente pelo Ministério Público, mas que está à disposição das autoridades.