A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, afirmou que o Plano Safra 2015-2016 não será afetado pelo ajuste fiscal que está sendo executado pelo governo federal. Segundo ela, a presidenta Dilma Rousseff não vai considerar o ajuste nos anúncios que pretende fazer em maio dos recursos que serão disponibilizados para o custeio dos agricultores.
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De acordo com a ministra, o percentual dos juros deve seguir a tendência do ano passado, quando as taxas foram similares à da inflação, o que indica que “a taxa real de juros é neutra”. Além disso, segundo ela, o crédito de custeio faz parte de uma necessidade imprescindível aos produtores, que precisam plantar. Quanto aos investimentos, os agricultores podem decidir se vão receber aportes ou não.
“Ajuste fiscal não pode ser sinônimo de imobilismo. O Plano Safra é um dos pontos que a presidenta exclui do ajuste. O aumento de juros é importante, coisa natural, porque se analisarmos, no passado a inflação ficou em 6,5% e as taxas de juros também. Elas variam de acordo com inflação no histórico dos anos. Ele seguirá o mesmo curso, o mesmo rumo e as taxas de juros serão praticamente neutras, como foram no ano passado”, declarou.
Kátia Abreu se reuniu com a presidenta, hoje de manhã, no Palácio do Planalto e falou com a imprensa ao final do encontro. Ainda sobre os juros, ela defendeu tratamento igualitário dos agropecuários em relação aos demais empresários. “Acredito que a taxa de juros entre 8,5 até 9% está muito compatível com o nível de inflação de 8,5%. Independentemente de ajuste fiscal, se temos inflação maior e os juros reais do país aumentaram, não há diferença nenhuma do mundo rural. Nós vivemos no mesmo mundo em que os demais empresários do Brasil vivem”, disse.
A ministra anunciou que o governo lançará no dia 6 de maio o Plano Nacional de Defesa Agropecuária, que pretende modernizar práticas e regulamentar normas sobre o controle sanitário e a venda de medicamentos veterinários no país. Além disso, no dia 30 de abril a presidenta deverá assinar decreto instituindo a região Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), com o objetivo de aprimorar políticas e dar prioridade a investimentos nesses estados.
“Ela [Dilma] conhece e sabe que é uma das últimas regiões agrícolas do mundo em expansão, sem desmatamento. O decreto vai delimitar essa área e apresentar todos os seus potenciais. Queremos destacar os investimentos não só no Brasil, mas internacionais. Essa região pode ter um olhar especial”, declarou Kátia.
A ministra lembrou que a presidenta Dilma Rousseff deixou bem claro que a defesa agropecuária é prioridade. “O essencial é formatar, decidir as diretrizes, porque os recursos não irão faltar. Isso são palavras da presidenta. Porque tem coisas que precisam ser feitas, que não entram no ajuste. E defesa agropecuária, Plano Safra na área de custeio não entra em termos de ajuste, em termos de redução de recursos”.