O deficit do Brasil nas transações de bens, serviços e rendas com outros países ficou em US$ 103,98 bilhões (R$ 314,56 bilhões) em 2014, considerando a nova metodologia que passa a ser adotada pelo Banco Central a partir desta quarta-feira (22).
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Pela regra anterior, havia ficado em US$ 90,95 bilhões (R$ 275,62 bilhões) no ano passado.
Com a mudança na fórmula de cálculo e as revisões do PIB (Produto Interno Bruto), o resultado do ano passado passa de 4,17% para 4,43% do PIB (Produto Interno Bruto).
Os Investimentos Estrangeiros Diretos, que a partir de hoje passam a se chamar Investimentos Diretos no País, foram revisados de US$ 62,49 bilhões (R$ 189,37 bilhões, ou 2,87% do PIB) para US$ 96,85 bilhões (R$ 293,49 bilhões, ou 4,13% do PIB).
Pela nova metodologia, se uma subsidiária da Petrobras no exterior mandar dinheiro para a matriz no Brasil, esses recursos serão classificados como Investimento Direto no País. Antes, os empréstimos entre empresas do mesmo grupo econômico eram registrados na conta de IBD (Investimento Brasileiro Direto).
Outro fator que elevou o Investimento Direto no País é a contabilização dos lucros que são reinvestidos no Brasil. Esse dado chegou a ser apurado pelo Brasil até 1999, mas por problemas com as fontes de informações -agora resolvidos- deixou de ser contabilizado. Essa alteração também havia contribuído para piorar o dado das transações correntes.
Com essas alterações, o BC revisou os dados a partir do início de 2014. Posteriormente, a revisão deve ser ampliada para outros períodos.
2015
O BC também informou hoje que o deficit acumulado no primeiro trimestre de 2015 soma US$ 25,39 bilhões (R$ 76,89 bilhões), enquanto os investimentos diretos estão em US$ 13,14 bilhões (R$ 39,79 bilhões).
As despesas com viagens internacionais somaram US$ 5,23 bilhões (R$ 15,84 bilhões) no trimestre, abaixo dos US$ 5,85 bilhões (R$ 17,72 bilhões) do mesmo período do ano passado.