Expectativa

BC indica mais alta de juros para colocar inflação na meta em 2016

A instituição afirmou duas vezes que ''a política monetária deve manter-se vigilante'', expressão utilizada para sinalizar que é alta a possibilidade de mais aperto monetário

Da Folhapress
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Publicado em 07/05/2015 às 11:12
Foto: Marcos Santos/USP Imagens
A instituição afirmou duas vezes que ''a política monetária deve manter-se vigilante'', expressão utilizada para sinalizar que é alta a possibilidade de mais aperto monetário - FOTO: Foto: Marcos Santos/USP Imagens
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O Banco Central indicou que o trabalho de aumento dos juros não terminou na semana passada, quando a instituição elevou a taxa básica Selic de 12,75% para 13,25% ao ano.

Na ata da reunião do Copom divulgada nesta quinta-feira (7), a instituição afirmou duas vezes que "a política monetária deve manter-se vigilante", expressão utilizada para sinalizar que é alta a possibilidade de mais aperto monetário.

Também repetiu a afirmação que já vinha fazendo havia algum tempo de que os avanços alcançados no combate à inflação ainda não se mostram suficientes.

O BC afirmou ainda que as decisões futuras de política monetária serão tomadas para assegurar a convergência da inflação para a meta de 4,5% "ao final de 2016". Na ata anterior do Copom, referente à reunião de março, o BC dizia que colocaria a inflação nesse patamar "ao longo do próximo ano". A inflação acumulada em 12 meses está hoje em 8,13%.

Na avaliação da instituição, a alta da inflação está ligada, principalmente, à correção de tarifas e preços controlados pelo governo e à alta do dólar. O comportamento desses fatores desde março tornaram o cenário para a inflação neste ano "desfavorável", segundo a instituição, que afirmou ser necessário restringir esse impacto a este ano.

"Ao tempo em que reconhece que esses ajustes de preços relativos têm impactos diretos sobre a inflação, o Comitê reafirma sua visão de que a política monetária pode e deve conter os efeitos de segunda ordem deles decorrentes, para circunscrevê-los a 2015."

Em relação à desaceleração da economia, o BC afirmou que o investimento tem se retraído, influenciado, principalmente, pela ocorrência de eventos não econômicos, sem especificar se está se referindo a problemas políticos e àqueles gerados pela Operação Lava Jato.

"Entretanto, para o comitê, depois de um período necessário de ajustes, o ritmo de atividade tende a se intensificar, na medida em que a confiança de firmas e famílias se fortaleça", afirmou o BC no documento.

O BC também afirma que alguns indicadores já mostram uma mudança no mercado de trabalho, embora ainda haja risco significativo de aumentos de salários acima do crescimento da produtividade, com repercussões negativas sobre a inflação.

GASOLINA

O BC elevou a previsão de aumento da gasolina neste ano de 8% para 9,8%. Para a tarifa de energia, manteve a projeção de alta de 38,3%.

Ao falar sobre a meta para o superavit das contas públicas, o BC passou a usar nas suas contas o valor nominal de R$ 66,3 bilhões, ao invés do 1,2% do PIB utilizado anteriormente. Com a revisão no cálculo do PIB feita pelo IBGE, os dois números não são mais equivalentes.

A projeção para a inflação de 2015 feita pelo BC manteve-se estável em relação ao valor considerado na reunião de março, mas permanece acima da meta de 4,5%. Para 2016, a previsão de inflação mostrou estabilidade no cenário de referência, que considera manutenção do dólar em R$ 3,00 e juros de 12,75% ao ano, mas se elevou no cenário que considera as projeções do mercado de corte da taxa básica no próximo ano.

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