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Elektra encerra atividades em Pernambuco e no Brasil

Rede mexicana que tinha meta de abrir mil lojas até 2018 no País só chegou a 35 unidades, todas em Pernambuco. Foram muitos os problemas com clientes e a Justiça

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Publicado em 13/05/2015 às 20:29
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Rede mexicana que tinha meta de abrir mil lojas até 2018 no País só chegou a 35 unidades, todas em Pernambuco. Foram muitos os problemas com clientes e a Justiça - FOTO: Sérgio Bernardo/JC Imagem
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A rede mexicana Elektra, que chegou no Brasil via Pernambuco em 2008 – com metas ousadas e métodos agressivos de cobrança contra inadimplentes –, encerrou as operações no País. A notícia foi dada ao mercado esta semana, em comunicado à Bolsa de Valores do México, em que não há explicações oficiais sobre a saída.

Integrante do Grupo Salinas, a Elektra é uma cadeia de lojas de móveis e eletrodomésticos que está entre as líderes no México. Naquele país, há 3.924 unidades, além de outras 2.934 nos Estados Unidos e mais 643 em outros países das Américas do Sul e Central. No Brasil, a estreia, há sete anos, foi destaque nacional, quando o então presidente Luís Inácio Lula da Silva elogiou o sistema de parcelamento da rede, durante discurso na abertura do Fórum Brasil–México, no Recife, em 2008.

Lula se referia à possibilidade de comprar geladeira, fogão, mesa e outros itens domésticos para pagar em parcelas semanais de valores baixíssimos, com preços mínimos, a partir de R$ 10. Mas essa não era a única “peculiaridade” da empresa. Em 2010, a Elektra foi levada à Justiça depois de diversas denúncias de clientes inadimplentes que foram abordados por “homens de preto”, como ficaram conhecidos os motoqueiros que iam cobrar e ameaçar os clientes em suas casas. A rede também se envolveu em investigações sobre maus tratos de funcionários.

Veículos de comunicação do México informam que o comunicado da Elektra não diz o motivo da saída do Brasil – na verdade, de Pernambuco, único Estado onde a rede estava presente. Aqui, a empresa tinha 35 lojas, número muito distante das mil unidades anunciadas como meta, em 2008, para serem abertas até 2018. Para o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas da capital (CDL Recife), a Elektra não conseguiu se adaptar à cultura brasileira, que não tolerou a cobrança descabida e desrespeitosa. Outro aspecto que a empresa não deveria ter ignorado é o formato de proteção ao crédito. “Como eles usavam um parcelamento muito baixo, achavam que não era preciso fazer análise de crédito. Quando finalmente resolveram fazer, viram que 70% dos clientes eram negativados”, conta. Outras fontes do mercado local acrescentam ainda que a Elektra não conseguia enfrentar a concorrência em preço.

O banco Azteca, integrante do Grupo Salinas e que funcionava dentro das lojas da Elektra, mantém as operações por enquanto. A instituição financeira também passou por acusações em Pernambuco, por se apresentar como correspondente bancário em vez de banco. De acordo com a mídia mexicana, em 2013 a Elektra também deixou a Argentina. No entanto, esses movimentos parecem não abalar o bilionário Ricardo Salinas, presidente do grupo que leva seu nome e cuja família está no negócio há mais de 100 anos. No primeiro trimestre deste ano, o grupo teve receita de R$ 3,96 bilhões, 11% a mais do que no mesmo período de 2014.

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