Mais de 115 mil vagas de trabalho com carteira assinada foram encerradas no país no mês passado, o pior resultado para maio desde 1992, divulgou nesta sexta-feira (19) o Ministério do Trabalho. Trata-se do quarto mês de queda no emprego neste ano, que, em função da retração da atividade de vários setores da economia, como indústria, comércio e construção civil, acumula um saldo negativo de quase 244 mil empregos formais.
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Segundo dados do Caged (Cadastro-Geral de Empregados e Desempregados), nos últimos 12 meses, houve uma redução de 452,8 mil postos de trabalho no país.
O ministro Manoel Dias (Trabalho) fez a divulgação desses dados em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. O Estado teve o melhor desempenho na contratação de trabalhadores do país, com 534 vagas criadas.
O Estado com pior saldo de empregos no mês foi São Paulo, onde 23 mil vagas foram extintas.
SETORES - A indústria de transformação foi o segmento que mais demitiu, com quase 61 mil vagas cortadas no mês passado. Todos os 12 ramos industriais sondados fecharam vagas -metalúrgico, de materiais de transporte, borracha, papel, sobretudo o alimentício.
Em seguida, o setor de serviços foi responsável pela extinção de 32,6 mil vagas. Na construção civil, 29,8 mil postos foram encerrados, e no comércio, 19,3 mil.
O único segmento que contratou no mês foi o agropecuário, por motivos sazonais. Foram 23,3 mil empregos criados no campo.
AVALIAÇÃO - Dias afirmou que é preciso que se ajuste a economia para que haja retomada na criação de emprego, e acredita num segundo semestre melhor.
Segundo ele, há setores que planejam investir ainda este ano, o que pode gerar vagas. "O FGTS já desembolsou R$ 20 bilhões, neste primeiro semestre, para o setor da habitação e saneamento básico. Esse recurso vai ajudar a recuperar os empregos na construção civil, que deve gerar mais de 1 milhão de novos postos ainda em 2015", acredita.
"A crise política levou muita gente a adiar seus projetos pessoais. A medida em que os ânimos se acalmam, o ritmo será retomado", defendeu.