O governo federal prepara um novo programa de ajuda para os grandes setores industriais do País. A primeira medida, anunciada nesta terça (18), é a criação de linhas de crédito por bancos públicos, com taxas de juros menores para quem se comprometer a não demitir funcionários.
O uso dos bancos públicos para financiar o setor produtivo fez parte da política de incentivo ao crescimento adotada entre 2008 e 2014, abandonada e criticada pela atual equipe econômica, em especial pelo Ministério da Fazenda e pelo Banco Central.
A Caixa vai liberar cerca de R$ 5 bilhões somente para o setor automotivo, incluindo dinheiro próprio e recursos dos trabalhadores (FAT e FGTS). O BB também vai anunciar linhas de financiamento para essas empresas.Também estão em negociação com o governo os setores de petróleo e gás, alimentos, energia elétrica, eletroeletrônico, telecomunicações, fármacos, químico, papel e celulose, máquinas e equipamentos e construção civil.
A presidente da Caixa, Miriam Belchior, afirmou que se trata de uma política que foi discutida com várias áreas do governo e tem como objetivo ajudar as empresas a respirar durante este momento de travessia pelo qual passa a economia brasileira.
“Foi debatido inclusive com a Fazenda. É uma posição de consenso do governo”, afirmou a presidente da Caixa, que não quis afirmar quais seriam as outras medidas que serão tomadas, além do aumento do crédito bancário. Em relação ao setor automotivo, serão quatro linhas de crédito. “Em três delas, as prestações só começam a ser pagas daqui a seis meses, quando o governo espera que a economia tenha começado a se recuperar”, segundo a presidente da Caixa.
A primeira é a antecipação de recursos para fornecedores de montadoras, com juro a partir de 1,41% ao mês. As mesmas empresas contam ainda com dinheiro para despesas do segundo semestre a partir de 0,83% ao mês + TR. Nesse caso, os empréstimos contam com dinheiro da Caixa e do FGO (Fundo de Garantia de Operações). A Caixa também vai financiar compra de máquinas novas e usadas a 1,5% ao mês com dinheiro do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador). A quarta linha é para renovação de frota (transporte coletivo, máquinas agrícolas e caminhões) com dinheiro do FGTS na linha Pró-Transporte a 9% + TR ao ano.