O Banco Central detectou que houve retração da atividade econômica nas cinco regiões do País no trimestre encerrado em maio na comparação com os três meses anteriores. Os Índices de Atividade Econômica do Banco Central do Norte (IBCR-N) e do Sudeste (IBCR-SE) foram os que sofreram as maiores contrações no período, de 1,2% cada, conforme o Boletim Regional, divulgado nesta sexta-feira, 21, pela instituição.
No Norte, de acordo com o BC, a atividade econômica segue evidenciando os impactos negativos de resultados desfavoráveis registrados no comércio, na indústria e no setor externo. "Nesse cenário, refletindo, em parte, retrações de 2,1% nas vendas do comércio ampliado e na atividade industrial, o Índice de Atividade Econômica Regional (IBCR-N) recuou 1,2% no trimestre encerrado em maio, em relação ao finalizado em fevereiro", escreveram os técnicos da instituição.
Em 12 meses até maio, o indicador recuou 0,8%. O documento destaca que o superávit da balança comercial da região decresceu de US$ 1,42 bilhão, no primeiro semestre de 2014, para US$ 457 milhões, no período correspondente de 2015.
Em relação ao Sudeste, o Boletim Regional enfatizou que a atividade econômica da região também sofreu com "retrações relevantes" nas vendas do comércio e na produção da indústria. Com isso, manteve-se em trajetória de retração no trimestre encerrado em maio, com desdobramentos negativos sobre o mercado de trabalho. O documento lembra que foram eliminados 66,1 mil empregos formais no período, ante a criação de 144,8 mil em igual período de 2014, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), destacando-se o corte de 60,8 mil vagas na indústria de transformação.
A queda do IBCR-SE no período foi de 1,2% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro, quando decrescera 0,3%, no mesmo tipo de comparação, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o IBCR-SE contraiu 1,4% em maio.
O Centro-Oeste foi a terceira região mais impactada no período analisado pelo BC. O IBCR-CO recuou 0,7% no trimestre finalizado em maio, em relação ao terminado em fevereiro, de acordo com dados dessazonalizados. Considerados períodos de doze meses, o indicador variou 0,4% em maio.
"O ritmo da atividade econômica no Centro-Oeste segue em processo de acomodação, influenciado pelo impacto negativo da evolução das expectativas dos agentes econômicos sobre o desempenho das vendas do comércio e da indústria", escreveram os técnico do BC. Eles ressaltaram que essa dinâmica poderá ser intensificada pela evolução da renda agrícola, que poderá repercutir, ao longo do ano, o impacto do recuo nas cotações internacionais dos principais produtos agrícolas. Isso, apesar do aumento na produção de grãos e da depreciação cambial.
Já o desempenho da economia do Nordeste foi sensibilizado, conforme o Boletim Regional, no trimestre encerrado em maio, pela perda de dinamismo do comércio e pela recuperação modesta da atividade agropecuária, ainda prejudicada por condições meteorológicas irregulares. O IBCR-NE decresceu 0,4% no trimestre, em relação ao encerrado em fevereiro, considerados dados dessazonalizados. O indicador teve alta 2,6% no período de doze meses encerrado em maio.
"Ressalte-se que o crescimento da indústria da região repercutiu em grande parte, o efeito da base de comparação deprimida, em função da paralisação, na Bahia, da produção de derivados de petróleo e biocombustíveis em janeiro e fevereiro", enfatizaram os técnicos no documento.
Por fim, a Região Sul foi a menos afetada no período analisado pelo Boletim Regional. O IBCR-S caiu 0,1% em relação ao trimestre finalizado em fevereiro, quando já tinha apresentado um recuo bem mais forte, de 1,2%, no mesmo tipo de comparação, na série isenta de sazonalidade. Considerados intervalos de 12 meses, o indicador registrou estabilidade em maio.
"A economia do Sul apresentou relativa estabilidade no trimestre encerrado em maio, reflexo de retrações no comércio e na indústria, e de desempenhos favoráveis da agricultura e da balança comercial", trouxe o documento do BC. "Vale destacar a estimativa de aumento anual de 9,4% para a safra de grãos da região em 2015, impulsionado por aumentos projetados para as colheitas de trigo (18,8%) e soja (17,5%)", continuaram.