Com o cenário externo bastante volátil e sem necessidade de financiar a dívida externa com vencimento neste ano, o Tesouro Nacional não tem pressa para fazer uma emissão de títulos brasileiros no exterior, segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, José Franco. O órgão, porém, mantém a intenção de fazer uma emissão externa neste ano, "em algum momento".
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Franco também disse nesta segunda-feira (24) que o Tesouro não trabalha com a perspectiva de o Brasil perder investment grade. "Em geral, as janelas para emissão externa voltam a ocorrer em setembro, mas o cenário está bastante volátil. Não há razões para o Tesouro se apressar e fazer emissões externas", afirmou.
De acordo com Franco, as incertezas externas têm afetado pouco a administração da dívida pública porque a participação estrangeira é menor do que a de residentes. Ele disse ainda que a demanda para títulos externos brasileiros é cativa e o fato de Tesouro não ir a mercado só aumenta esta demanda.
PARTICIPAÇÃO ESTRANGEIRA
A redução de cerca de R$ 9 bilhões na participação dos estrangeiros na dívida em julho se deu também pelo forte pagamento de cupons no mês passado, que não foram reinvestidos, afirmou Franco.
"Participação de residentes é mais volátil em função dos cenários internacional e local", ressaltou. O coordenador-geral também classificou a variação da participação dos não residentes como normal e ponderou que a participação dos estrangeiros "vem crescendo de maneira gradual e contínua".
Sobre a participação dos títulos prefixados, que caíram de 42 52% para 41,32%, o coordenador da dívida afirmou que a variação é sazonal. A dívida pública federal ultrapassou o teto do Plano Anual de Financiamento (PAF) para o ano ao atingir R$ 2,603 trilhões. A banda do PAF varia entre R$ 2,45 trilhões e R$ 2,6 trilhões.