BNDES

É preciso concretizar logo os ajustes e virar a página, diz presidente do BNDES

Coutinho comentou que a alíquota de 0,2% para a nova CPMF minimiza os impactos sobre a sociedade

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Publicado em 15/09/2015 às 12:01
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Coutinho comentou que a alíquota de 0,2% para a nova CPMF minimiza os impactos sobre a sociedade - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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A instabilidade política e as dificuldades fiscais criaram um momento de pessimismo na economia do País e, por isso, é preciso concretizar logo os ajustes, afirmou nesta terça-feira, 15, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, que reconheceu que o ciclo recente de crescimento teve virtudes, mas gerou desequilíbrios.

"É preciso concretizar os ajustes, virar a página e pensar na economia brasileira a médio e longo prazo", afirmou Coutinho, durante palestra na abertura da Sessão Especial do Fórum Nacional, promovido no Rio pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), comandado pelo ex-ministro do Planejamento João Paulo dos Reis Velloso.

Instado pelo ex-ministro a falar sobre estratégia para o Brasil perseguir o "alto crescimento", Coutinho destacou que a redução do crescimento da população em idade ativa leva a repensar o que seria "alto crescimento" e estimou que um crescimento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) ao ano seria suficiente para o Brasil alcançar a renda per capta de países como Coreia do Sul e Itália. 

Coutinho afirmou ter "convicção" de que o Brasil tem condições de crescer nesse ritmo. "O País tem conjunto de fronteiras de crescimento que, quando comparada a outras economias, nos coloca em posição relativamente privilegiada", disse o presidente do BNDES.

Além disso, segundo Coutinho, os ajustes necessários na economia poderão criar oportunidades. "Essa necessidade (de ajustes) são outra oportunidade. Felizmente, a perspectiva para o câmbio, no médio prazo, é estimulante, porque permitirá criar consistência para um processo de reindustrialização", disse Coutinho, durante a palestra.

O presidente do BNDES disse que os ajustes são necessários após reconhecer que "temos desequilíbrios que vieram do ciclo recente de crescimento". "O ciclo recente teve virtudes relevantes. A mais relevante foi um intenso processo de distribuição de renda, que gerou pressão sobre serviços públicos", afirmou Coutinho. 

Além do câmbio, outro desequilíbrio que pode ser uma oportunidade ao ser corrigido são os investimentos em infraestrutura, ressaltou Coutinho. "Talvez o ciclo de crescimento não tenha sido tão satisfatório em termos de crescimento nos investimentos em infraestrutura. O investimento total aumentou, mas não tanto quanto gostaríamos", reconheceu o presidente do BNDES. "Precisamos acelerar os investimentos em infra, que abre a oportunidade de desenvolver cadeias supridoras", completou. 

Congresso

Luciano Coutinho afirmou que, com o pacote fiscal anunciado nesta segunda-feira, 14, o governo propôs uma saída que deve ser ponderada com toda a sociedade. "É muito importante virar a página do ajuste e pensar em reformas de médio prazo", disse, referindo-se tanto a reformas para equilibrar as contas públicas quanto para impulsionar o crescimento.

Coutinho comentou que a alíquota de 0,2% para a nova CPMF, como proposta pelo governo, "minimiza os impactos" sobre a sociedade e destacou a importância do Congresso, na aprovação das medidas. "Espero que o Congresso possa cumprir com sua missão de ajudar o País."

Aportes

No contexto do anúncio de um pacote fiscal para evitar, em 2016, mais um déficit primário nas contas públicas, o presidente do BNDES ressaltou que a instituição de fomento não receberá aportes do Tesouro Nacional para compor seu "funding" neste ano.

"Esperamos ultrapassar 2015 apertados, porém, honrando todos os nossos contratos, sem aporte", afirmou, ao deixar a abertura da Sessão Especial do Fórum Nacional.

Segundo Coutinho, isso será possível "graças ao esforço de redução de cobertura em TJLP", porque o banco recebeu recursos de outras fontes e porque está havendo uma redução nos valores contratados neste ano. No primeiro semestre, o BNDES liberou 18% menos para empréstimos já aprovados. 

"Teremos uma expressiva redução (nos desembolsos), mas não sei se será de 20%", completou Coutinho, ao responder sobre as projeções para os desembolsos no ano.

Segundo a assessoria de Coutinho, o presidente do BNDES tinha pressa para tomar um voo para Brasília.

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