O dólar à vista cravou sua terceira alta consecutiva ante o real nesta segunda-feira (21). Na variação intraday, a cotação chegou a encostar na temida marca de R$ 4, ao bater a máxima de R$ 3,9970 - maior valor desde 10 de outubro de 2002 (R$ 4,000), mas desacelerou o avanço na reta final dos negócios. O dólar à vista fechou em alta de 0,68%, cotado em R$ 3,9770. Em três dias, acumula ganho de 3,76%.
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Após o Banco Central anunciar, na noite de sexta-feira, a realização de dois leilões de linha (venda da moeda com compromisso de recompra) para hoje, o dólar abriu em baixa, mas não se sustentou, virando para cima ainda na primeira hora dos negócios.
O quadro político conturbado e as preocupações com a economia, principalmente nesta semana decisiva para o ajuste fiscal, se sobrepuseram às operações do Banco Central, estimulando a compra de moeda. O governo deve enviar ainda hoje para o Congresso a proposta de ajuste, dependente, em boa medida, da recriação da CPMF, que tem grande rejeição entre os parlamentares. A Fazenda defende que o imposto tenha alíquota de 0,20% e vigore por quatro anos.
Contudo, uma sinalização do próprio Cunha, no final da tarde, somado a um movimento de realização de lucros, produziu algum alívio no câmbio. Cunha defendeu que não se derrube o veto presidencial ao reajuste dos servidores do Judiciário, o que, em tese, contribuiria para estancar os gastos do governo.
No exterior, declarações de vários membros do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) ao longo do dia, em defesa da alta de juros no curto prazo, também puxaram o dólar para cima ante as demais divisas.