ANÁLISE

Para Moody's, Brasil está melhor que países que perderam grau de investimento

Mauro Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver

Do Estadão Conteúdo
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Publicado em 22/09/2015 às 13:05
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Mauro Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver - FOTO: Foto: Rafael Neddermeyer / Fotos Públicas
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O analista sênior de ratings soberanos da agência de classificação de risco Moody's, Mauro Leos, afirmou que o Brasil ainda não está tão mal como outros países que perderam o grau de investimento nos últimos tempos pela agência. "Se e quando nós mudarmos nossa visão, não será pelo que outros acham, mas se a evolução se diferenciar do que esperamos", disse Leos durante mesa redonda em Nova York para discutir perspectivas para o Brasil. 

O analista afirmou que prevê recessão no Brasil neste e no próximo ano, como também contas fiscais fracas nos dois períodos. No evento realizado na Americas Society/Council of the Americas e com auditório lotado, Leos disse também que há elementos no país que ainda suportam o rating grau de investimento.

"Ainda que o Brasil esteja passando por tempos difíceis e há claras fraquezas no País, não é tão ruim quanto na Croácia", afirmou, destacando que, após 2016, o PIB do Brasil pode voltar a crescer na casa dos 2% e o superávit primário ficar em 2%. Leos frisou que a expectativa da Moody's pode não se verificar, mas é preciso esperar para ver.

Durante a mesa redonda, Leos ressaltou que a dívida bruta do Brasil em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) vai sair da casa dos 55% para 70%, mas lembrou que outros emergentes com a mesma classificação que a economia brasileira, como a Índia, têm o indicador neste patamar. No caso da economia indicada, ele citou que o índice está na casa dos 65%, nas Bahamas em 68% e na Croácia saiu de 35% para quase 100% nos últimos oito anos. Além da piora da dívida, nos últimos 5 anos, a Croácia teve crescimento negativo e a média de expansão no país europeu nos últimos 10 anos foi de 1%. Na Hungria, o país tem alta exposição a moeda estrangeira, enquanto o Brasil tem, entre outros indicadores, reservas internacionais elevadas.


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