As vendas de Natal em 2015 devem amargar a primeira queda desde 2004, quando a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) passou a fazer esse tipo de levantamento. Em relatório divulgado nesta segunda-feira, 05, a entidade projeta que a data vai movimentar R$ 32,2 bilhões este ano, retração real de 4,1% em relação ao ano passado.
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A confirmação desse quadro deve frear a demanda por trabalhadores temporários, acrescentou a CNC. As estimativas da entidade apontam para redução de 2,3% no número de vagas em relação a 2014, o primeiro resultado negativo desde 2009, quando os economistas passaram a divulgar projeções para emprego temporário.
O segmento de móveis e eletrodomésticos será um dos mais afetados, diante da significativa desvalorização do real ante o dólar, da inflação elevada e, sobretudo, do encarecimento do crédito. A previsão da CNC é que o setor apresente uma das maiores retrações em relação a 2014, com queda de 16,3% nas vendas.
Dos oito segmentos avaliados, que compõem o chamado varejo restrito (sem veículos e material de construção), só há expectativa de crescimento das vendas no ramo de artigos de uso pessoal e doméstico, com alta de 3,1%. Nem os supermercados, nem os artigos farmacêuticos conseguirão tirar vantagem da data comemorativa.
Menos empregos
A redução nas vendas deve impactar a contratação de trabalhadores temporários em 2015. A demanda sazonal por emprego no comércio varejista deve levar o setor a oferecer 139,6 mil vagas, 2,3% a menos do que o ofertado no ano passado. Ainda assim, haverá admissões, já que o volume de vendas do comércio costuma crescer em média 35% no último mês do ano. O salário médio desses trabalhadores poderá chegar a R$ 1.442,00, estima a CNC.
Assim como nas vendas, a tendência de retração de vagas temporárias será liderada pelo ramo de móveis e eletrodomésticos (-10,5%), seguido por livrarias e papelarias (-5,0%) e pelas lojas de vestuário e acessórios (-4,9%). Apesar da expectativa de queda nas vendas de vestuário, esse ramo, somado ao varejo de hiper e supermercados e às lojas de artigos de uso pessoal e doméstico, deverá responder por oito em cada dez temporários contratados para o Natal de 2015.