Dia das Crianças

Comércio prevê queda nas vendas e gastos menores no Dia das Crianças

CONSUMO Pais e parentes pretedem reduzir em 43% a despesa com a data, mas industriais esperam alta nas vendas de brinquedos

Talita Barbosa
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Talita Barbosa
Publicado em 08/10/2015 às 7:43
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CONSUMO Pais e parentes pretedem reduzir em 43% a despesa com a data, mas industriais esperam alta nas vendas de brinquedos - FOTO: Foto: Reprodução/Internet
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A crise não poupou nem as crianças. Os resultados negativos registrados nas outras datas comemorativas do ano vão se repetir no movimento para o próximo dia 12, a quarta melhor oportunidade de vendas para o varejo brasileiro. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o volume de vendas voltadas para o dia será o pior dos últimos 12 anos. Em 2015, a queda real será de 2,8% na comparação com 2014, com uma movimentação de R$ 4,3 bilhões. 

O economista da Fecomércio-PE, Rafael Ramos, explica que o cenário econômico marcado pelo aumento do desemprego, da inflação e redução do poder aquisitivo causaram a retração das vendas. “Este é um ano bastante difícil, de ajustes e encarecimento do crédito. Tudo isso faz com que a renda das famílias caia e o receio de comprar se eleve. Esses fatores causam não só um resultado negativo no Dia das Crianças, mas também foram responsáveis pelos números ruins nas demais datas”. Ainda que o cenário econômico atual impacte negativamente nas vendas do setor, presentes para as crianças não vão faltar. A maioria dos consumidores brasileiros pretende comprar algo para seus filhos (57,2%), sobrinhos (22,4%) e/ou netos (17,4%). 

Para quem ainda não escolheu o que comprar, a dica é correr para as lojas e pesquisar bastante, já que os itens mais baratos vão sumir rápido das prateleiras. Cada consumidor planeja adquirir, em média, dois presentes, gastando cerca de R$ 160. Não é pouco, mas é um valor 43% inferior ao registrado no ano passado. Segundo um levantamento do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), entre os que pretendem economizar com o presente dos pequenos, 22,1% afirmam que o endividamento é a principal razão da diminuição. Na divisão por segmentos, os brinquedos continuam tendo a preferência absoluta na hora de escolher o presente. Bonecas e bonecos serão os itens escolhidos por 34,7% dos entrevistados.

O setor de brinquedos deve crescer 12% e investir R$ 1 bilhão em 2015

As projeções mostram que o momento não é de euforia, mas não tem desânimo para a indústria de brinquedos. O setor planeja um crescimento de 12% em 2015, mantendo o crescimento contínuo do setor registrado nos últimos oito anos. A Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos (Abrinq) afirma que alta do dólar encareceu os brinquedos importados, o que alavancou a produção da indústria nacional. O presidente da Abrinq, Synésio Batista, explica que a elevação da moeda americana devolveu a competitividade dos produtos brasileiros. “Estimamos que no ano passado a indústria nacional recuperou cinco pontos percentuais de participação no mercado”, diz Synésio, completando que o investimento do setor este ano será de R$ 1 bilhão. A Ri Happy, maior rede varejista de brinquedos do Brasil, pretende contratar mais de 10 mil funcionários em até seis anos e projeta um crescimento de 15% para a semana do Dia das Crianças e o Natal. Já a Estrela divulga que essas duas datas juntas correspondem a 70% das vendas anuais da marca. 

O economista da Fecomércio-PE explica essa divergência entre os resultados das vendas da data comemorativa e os resultados animadores da indústria de brinquedos. Segundo Rafael Ramos, o mercado que gira em torno do Dia das Crianças engloba também setores como os de vestuário, alimentação e serviços. Nesse meio, apenas o de brinquedos respira no momento atual, o que ainda não é suficiente para reverter o quadro negativo previsto para a data. 

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