A situação pode estar muito ruim para o governo, mas o mercado de câmbio não reflete essa tensão. O dólar à vista até abriu em alta nesta quinta-feira (8), mas logo perdeu fôlego e passou a renovar mínimas, apesar de mostrar sinais mistos no exterior. Há pouco, caía para abaixo de R$ 3,85. Às 9h37, o dólar à vista do balcão caía 0,39%, a R$ 3,8610. O dólar para novembro cedia 0,52%, a R$ 3,8610.
Leia Também
Um operador disse mais cedo ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o comportamento do dólar reflete também a percepção de que a rejeição das contas da gestão da presidente Dilma Rousseff pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e o andamento da ação pela impugnação da chapa de Dilma com o vice-presidente Michel Temer pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), além do novo adiamento da votação dos vetos presidenciais no Congresso, potencializam o risco de saída da presidente, seja via cassação ou processo de impeachment.
Os investidores também digerem o recuo maior do que o esperado dos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos na semana passada, para 263 mil, de expectativa de 273 mil. Os pedidos da semana anterior foram revisados de 277 mil para 276 mil. Em reação a isso, o dólar ganhou força ante o iene e o euro, enquanto os futuros das bolsas de Nova York acentuaram perdas, para ao redor de 0,50%, e houve piora do humor também na Europa.
Mais cedo, o Banco da Inglaterra (BoE) decidiu manter a taxa básica de juros na mínima histórica de 0,5% e o programa de compra de ativos em 375 bilhões de libras após reunião de política monetária nesta Quinta-feira - conforme previsto por analistas.