As taxas de juros no mercado futuro sobem na primeira sessão da semana, seguindo o comportamento do dólar em relação ao real nesta terça-feira (13).
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A apreciação da divisa americana no Brasil deve-se em parte à balança comercial chinesa, que revelou uma queda de 20,4% nas importações em setembro ante agosto. Esse resultado favoreceu a realização de um superávit comercial melhor (US$ 60,3 bilhões) que a expectativa (US$ 47,6 bilhões).
Entre os fatores domésticos a empurrar o dólar e as taxas de juros para cima está o cenário político mais turvo. Há expectativa tanto em relação à análise dos pedidos de impeachment, represados na mesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quanto em relação ao possível afastamento do próprio Cunha.
No sábado (10), líderes dos principais partidos de oposição, entre eles PSDB, DEM, PPS e SD, pediram em nota que o peemedebista se afaste da presidência da Câmara.
Ainda no quadro doméstico, pesa a deterioração das expectativas quanto à inflação. O boletim Focus mostrou que a projeção para o IPCA em 2016 subiu de 5,94% para 6,05% e, para 2015 de 9,53% para 9,70%. Já a estimativa de retração do Produto Interno Bruto (PIB) passou de 2,85% para 2,97% neste ano e, no ano que vem, de 1% para 1,20%.
Às 9h28, o DI para janeiro de 2017 tinha taxa de 15,67%, ante 15,71% na máxima da sessão e 15,56% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2021 indicava 15,76%, ante 15,82% na máxima da sessão e 15,65% no ajuste de sexta-feira.
Em discurso, o presidente do Federal Reserve de St. Louis, James Bullard, voltou a defender a alta na taxa de juros nos Estados Unidos, em discurso nesta terça-feira. Ele disse que dirigentes de bancos centrais devem fazer sua política baseada em fatores domésticos.
Também argumentou que a inflação fraca nos Estados Unidos deve-se a fatores transitórios e que o indicador irá atingir a meta do BC americano. Bullard não vota nas reuniões de política monetária.