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As previsões para o IPCA no Relatório de Mercado Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (19), pelo Banco Central, subiram pela 11ª vez consecutiva. Segundo o documento, a mediana para a inflação de 2016 passou de 6,05% para 6,12%, se aproximando cada vez mais do teto da meta de 6,50%. Um mês atrás estava em 5,70%.
Já as projeções para a inflação deste ano subiram de 9,70% para 9,75%. Há quatro semanas, estavam em 9,34%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado. Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado.
Para a inflação de curto prazo, a estimativa para outubro passou de 0,65% para 0,70% - estava em 0,49% quatro semanas atrás. Já a de novembro, passou de 0,57% para 0,58% de uma semana para outra ante taxa de 0,55% verificada há um mês. As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente também pioraram na pesquisa Focus de hoje, passando de 6,24% para 6,27% ante taxa de 5,82% de quatro edições atrás.
Top 5
Na semana passada, a elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, passou a prever que o BC não entregará a inflação na meta também no ano que vem. Pela mediana das estimativas do Relatório de Mercado Focus, o IPCA do ano que vem terminará em 6,72% - a previsão foi mantida esta semana e quatro edições atrás estava em 5,98%.
A meta de 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, o que abrigaria uma taxa de até 6,50%. "O compromisso do Banco Central é fazer a reancoragem das expectativas", disse o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, há cerca de 15 dias, no Peru.
Já para 2015, a mediana das previsões desse mesmo grupo saltou de 9,61% para 9,81% - obviamente também bem acima do teto da meta deste ano, que tem os mesmos parâmetros da de 2016. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,37%.
Preços administrados
As projeções para os preços administrados de 2016 voltaram a subir no Relatório de Mercado Focus, mas seguiram estáveis no caso de 2015. Segundo o documento, a mediana das previsões para esse conjunto de itens no ano que vem passou de 6,27% para 6,35% Há quatro semanas, estava em 5,91%.
Para 2015, as estimativas do mercado financeiro para os preços administrados permaneceu em 16,00% de uma semana para outra - um mês atrás, a mediana das estimativas era de 15,20%.
O BC também revisou seu cenário para o conjunto de preços apontado como o principal vilão da inflação no curto prazo. De acordo com o Relatório Trimestral de Inflação de setembro, os preços administrados devem ter alta de 15,4% em 2015 no cenário de mercado e no de referência ante estimativa anterior de 13,7% em ambos os cenários.
Para chegar a estes porcentuais, o BC considerou a hipótese de variação de 9,6% do preço da gasolina até agosto de 2015 - vale lembrar que, depois disso, os combustíveis foram reajustados. Da mesma forma, o BC levou em conta a estimativa de alta de 15% do preço do botijão de gás, mesmo valor da ata e maior que os 4,3% do RTI passado.
No caso de tarifas de telefonia fixa, a estimativa era de -3% no RTI de junho, de -3,5% da ata passada e agora está em -3,5% no documento. Em relação aos reajustes das tarifas de energia elétrica, o BC projeta uma variação de 49,6% para 2015 ante alta de 43,4% do RTI de junho e de 49,2% da última ata.
A atualização do Relatório para os preços administrados em 2016 mostra que o BC espera um avanço desse conjunto de itens de 5,7% no cenário de mercado e no de referência. Em ambos os casos, a previsão anterior da autoridade monetária no RTI era de uma alta de 5,3%. Na ata do Copom, as projeções estavam em 15,2% para 2015 e em 5,7% para 2016.