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A penúltima reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) terá início tarde desta terça-feira (20). A segunda parte da reunião do comitê, formado pelos diretores e presidente do Banco Central, está marcada para esta quarta (21), quando será anunciada a decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic.
A expectativa de instituições financeiras consultadas pelo Banco Central é a manutenção da Selic no atual patamar, 14,25% ao ano. A Selic passou por um ciclo de sete altas seguidas e retomou o nível de outubro de 2006. Na reunião de setembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.
A taxa Selic é o principal instrumento do BC para manter a inflação sob controle. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida e isso causa reflexos nos preços: os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Já quando o Copom reduz os juros básicos, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo.
Ao manter a Selic no mesmo patamar, a sinalização é que as elevações anteriores foram suficientes para provocar os efeitos esperados na economia. A diretoria do Banco Central tem dito que os efeitos de alta da taxa básica se acumulam e levam tempo para aparecer.
O BC tem de perseguir a meta de inflação estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional. Essa meta tem como centro 4,5% e limite superior de 6,5%. A projeção do mercado financeiro aponta a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acima do teto da meta, em 9,75%, este ano. Em 2016, a expectativa é inflação menor (6,12%), mas ainda acima do centro da meta.
Quando a meta é ultrapassada, o presidente do BC tem de enviar carta aberta ao ministro da Fazenda, com as explicações para o descumprimento. A última vez que isso aconteceu foi em 2003, quando a inflação atingiu 9,3%.