Moeda

Dólar volta a subir sobre o real após recuar mais de 2% na semana passada

Expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar

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Publicado em 23/11/2015 às 12:08
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Expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar - FOTO: Foto: Fotos Públicas
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Depois de acumular queda de mais de 2% na semana passada, o dólar voltou a subir sobre o real nesta segunda-feira (23). A moeda americana também se valoriza frente a outras divisas emergentes na sessão, na esteira de preocupações com o desempenho da economia global, que derrubam os preços das commodities no exterior.

Às 12h (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, subia 0,52%, para R$ 3,725 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, avançava 0,64%, também para R$ 3,725. Entre as 24 principais divisas emergentes do mundo, o dólar ganhava força sobre 23 -a exceção era o peso argentino, que se fortalecia após as eleições presidenciais de domingo.

Na semana passada, ambas as cotações do dólar haviam retornado ao patamar anterior ao corte do grau de investimento -selo de bom pagador- do Brasil pela Standard & Poor's. A medida estimulou forte valorização da moeda, que chegou a bater máxima de R$ 4,249 em 24 de setembro.

A aproximação da última reunião de política monetária do Federal Reserve (banco central dos Estados Unidos), em 15 e 16 de dezembro, segue no radar dos investidores. As avaliações são de que o Fed decidirá, neste encontro, a começar a subir gradativamente os juros naquele país. A taxa está perto de zero desde 2008.

A expectativa é que a alta dos juros provoque uma fuga de recursos hoje aplicados em países emergentes para os Estados Unidos, encarecendo o dólar. Isso porque a mudança deixaria os títulos do Tesouro americano, cuja remuneração reflete a taxa, mais atraentes que aplicações em emergentes, considerados de maior risco.

Internamente, o Banco Central do Brasil deu continuidade nesta segunda-feira aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 590,2 milhões.

No mercado de juros futuros, as taxas dos contratos operavam com sinais opostos na BM&FBovespa. O contrato de janeiro de 2016 subia de 14,167% para 14,225% às 12h. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,280%, ante 15,270% na sessão anterior.

BOLSA

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira destoava do mau humor visto nos mercados europeus e subia, antes da abertura das negociações em Nova York. O Ibovespa tinha alta de 0,50% às 12h, para 48.380 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1 bilhão.

O ganho do Ibovespa era influenciado pela valorização de 2,16% das ações preferenciais da Petrobras (mais negociadas e sem direito a voto), para R$ 8,01 cada uma. As ordinárias, com direito a voto, ganhavam 2,73%, a R$ 9,77.

O ministro Joaquim Levy (Fazenda) afirmou na sexta-feira (20) que não via necessidade imediata de um aporte de capital na companhia, mas não descartou essa possibilidade no futuro. A Petrobras também informou que a extração de petróleo e gás no Brasil está se normalizando após a maioria das entidades sindicais ter aprovado o encerramento da greve dos petroleiros.

Em sentido oposto, as ações preferenciais da Vale recuavam 2,63%, para R$ 11,83 cada uma. As ordinárias tinham perda de 3,07%, a R$ 14,19. Ambas refletiam a queda nos preços do minério de ferro no mercado à vista chinês -a China é o principal destino das exportações da mineradora brasileira.

Fora do Ibovespa, as ações preferenciais da Alpargatas perdiam 1%, para R$ 8,79 cada uma, enquanto as ordinárias tinham ganho de 3,08%, a R$ 10,36. A empresa, que produz os chinelos Havaianas, foi vendida pela sua controladora Camargo Corrêa por R$ 2,67 bilhões à J&F Investimentos. A J&F Investimentos é controladora da maior processadora de carnes do mundo, a JBS, que via suas ações subirem 1,06% às 12h, para R$ 14,24.

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