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O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, afirmou que a revisão da estimativa do governo de queda do PIB de 1,0% para 1,9% em 2016 traz dentro dela uma recuperação da economia no segundo semestre do ano que vem. "Essa é uma projeção que é feita por modelos macro, feita pelo ministério da Fazenda", disse Barbosa em evento promovido pelo jornal Folha de S.Paulo na capital paulista.
"É uma projeção que infelizmente ainda é de redução do nível de atividade no ano que vem, mas ele traz embutido também uma recuperação no segundo semestre de 2016. Há uma queda no primeiro (semestre) e recuperação no segundo."
Na avaliação do ministro, a previsão, como toda e qualquer projeção está sujeita a revisões. "E estamos trabalhando para que o crescimento se recupere o mais rápido possível", disse.
"É bom lembrar que as projeções são atualizadas. Essas projeções indicam o que é a expectativa do mercado e dos modelos hoje. Ela não significa que é uma realidade inevitável. Nos podemos recuperar o crescimento mais rapidamente e para isso estamos trabalhando." Segundo Barbosa, "houve uma redução da atividade mais do que o esperado no final deste ano e isto tem efeitos estatísticos para o ano que vem."
Para o ministro, alguns fatores devem ajudar na recuperação da economia no segundo semestre de 2016, especialmente o comércio exterior, com a ajuda do câmbio, e investimentos. "Este ano, apesar da previsão de uma queda de 3% (do PIB), a previsão de recuperação do saldo comercial deve contribuir com quase dois pontos porcentuais de crescimento", destacou o ministro. "Então, você tem uma recuperação do saldo comercial que deve continuar no próximo ano, com esse câmbio mais favorável, com a recuperação mundial", avaliou.
No caso da ampliação da formação bruta de capital fixo, o ministro apontou que as concessões em infraestrutura devem ajudar. "A gente espera que esses vários projetos que estamos colocando vão gerar oportunidade de negocio e também uma recuperação do investimento. Houve uma queda muito forte neste ano. Ele tende primeiro a se estabilizar e depois começar a se recuperar", afirmou.
Hidrelétricas
O ministro do Planejamento disse que o leilão de usinas hidrelétricas "é muito importante porque sinaliza investimento na geração" de energia. "Enviamos uma MP para o Congresso que viabiliza esse leilão, que deve ser votada nesta semana. E estamos trabalhando para melhorar a previsibilidade no setor", disse. "O leilão é bem importante e a gente espera um bom resultado."
Arrendamentos portuários
Barbosa destacou que o valor de outorga de arrendamentos portuários "é uma receita primária, que vai contribuir para a elevação do resultado primário num primeiro momento e depois isso deve ser destinado a investimentos em dragagem nos portos administrados pelo governo."
O ministro ressaltou que a visão estratégica do governo é "apostar bastante em concessões", especialmente em estruturas que já existem e precisam ser expandidas e melhoradas, como rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. "Esse tipo de investimento tem um risco menor, possibilita a receita já imediata e atende à demanda reprimida que a gente tem na economia brasileira", destacou.
O ministro também apontou que os leilões de rodovias previstos para 2015, devido ao prazo, devem ser realizados provavelmente no início de 2016.