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A queda de 2,7% na produção de derivados de petróleo e biocombustíveis foi o principal responsável pelo recuo da indústria nacional em outubro deste ano, em comparação a setembro, de acordo com dados divulgados nesta quinta-feira (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além desse setor, outros 14 dos 24 pesquisados apresentaram queda.
As indústrias extrativas, por exemplo, tiveram o segundo principal impacto no desempenho negativo da indústria, com recuo de 2%. Também tiveram quedas importantes, os segmentos de veículos automotores (-3%), equipamentos de infomática, produtos eletrônicos e ópticos (-9,4%), perfumaria, sabões e produtos de limpeza (-2,4%) e minerais não-metálicos (-2,1%).
As quatro grandes categorias econômicas estudadas tiveram queda: bens de consumo duráveis (-5,6%), bens de capital, isto é, máquinas e equipamentos (-1,9%), bens intermediários, isto é, insumos industrializados usados no setor produtivo (-0,7%), e bens de consumo semi e não duráveis (-0,6%)
“A cada mês, a produção industrial se distancia do seu ponto mais elevado na série histórica, que foi alcançado em junho de 2013. E permanece aquela característica de uma queda generalizada dentro do setor industrial. Todas as categorias econômicas mostram resultados negativos e entre as atividades há um predomínio bem claro de queda na produção, cada vez mais espalhada e cada vez com magnitude maior de queda”, disse o pesquisador do IBGE André Macedo.
A queda de 1,9% dos bens de capital pode sinalizar, segundo André Macedo, queda da confiança do empresariado em relação à economia. “As pesquisas que mensuram os níveis de confiança estão em patamares muito baixos. Nada mais natural que haja uma retração dos investimentos, haja uma adiamento dos planejamentos de ampliação e modernização de capacidade produtiva. E nada mais natural que o resultado do segmento de bens de capital mostre resultados negativos mês a mês”, disse Macedo.
Apesar do desempenho negativo da indústria, oito atividades industriais tiveram alta, com destaque para os produtos alimentícios, que tiveram um crescimento de 1,7% na passagem de setembro para outubro.