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"Em 2015, a Petrobras mudou muito pouco", avalia o professor do Grupo de Economia da Energia da UFRJ Edmar Almeida. Em sua opinião, as restrições de caixa ainda pesam sobre os investimentos e o ritmo de crescimento da petroleira. E causa inércia na empresa. Ao mesmo tempo, enfrenta dificuldade para pôr em prática o plano de desinvestimento. "A Petrobrás tem o desafio de se redefinir", afirmou o especialista.
A análise de consultores ouvidos pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, é de que o ano de 2016 também não será tranquilo. "O preço médio do petróleo no ano que vem deverá ser muito inferior à cotação já baixa de 2015. Além disso, a inflação no Brasil vem pressionando custos e a empresa ainda deve encontrar um caminho rápido para convencer os investidores de que tem condição de passar a tempestade", avalia Almeida.
Para o diretor de Óleo e Gás para a América Latina da consultoria IHS, Rodrigo Vaz, 2016 será um ano em "modo de sobrevivência". "A gente projeta um ano ainda de muita volatilidade (do preço do petróleo). Para o fim de 2016, esperamos que a oferta e a demanda voltem a se equilibrar. Até lá, a cotação do barril pode cair mais", disse ele. A estimativa é que o preço do barril volte a subir apenas em 2017 e só em 2020 deve retomar o patamar de US$ 80 por barril.
Por enquanto, a queda do petróleo contribui com as finanças da Petrobrás, segundo o professor do Insper e diretor da consultoria M2M, Eric Barreto. O resultado da área de abastecimento - que inclui produção e venda de combustíveis - está crescendo, com a compra de petróleo a preços baixos e a venda de gasolina e óleo diesel a preços superiores aos praticados no mercado externo. O abastecimento responde por 46% da receita da petroleira.
Pelas contas de Barreto, o câmbio é o principal entrave ao resultado financeiro da companhia, que possui alto endividamento em dólar.
A Petrobrás está sendo prejudicada pelo recuo das exportações, que geram receita em moeda americana. Com a queda da venda e do preço do barril no mercado externo, a receita em dólar dessas operações já não é suficiente para compensar o crescimento da dívida, diz o consultor. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.