O Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio (MDIC) informou nesta segunda-feira (4) que o resultado da balança comercial de 2015, superavitário em US$ 19,681 bilhões é o melhor desde 2011, quando o saldo comercial brasileiro foi de US$ 29,793 bilhões. O ministério revisou os dados dos últimos cinco anos e apresentou nova tabela à imprensa nesta segunda. O saldo comercial de dezembro, de US$ 6,240 bilhões, foi o melhor de todos os meses da série histórica, iniciada em 1989.
Segundo o MDIC, as exportações brasileiras registraram média diária de US$ 762,9 milhões em dezembro, queda de 4% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações registraram média diária de US$ 479,2 milhões, com retração de 38,7%.
A média diária de exportações no ano foi de US$ 764,5 milhões, uma queda de 14,1% ante 2014, quando terminou em US$ 889,7 milhões. Já nas importações, a queda foi de 24,3%, passando de US$ 905,7 milhões em 2014 para US$ 685,8 milhões em 2015.
Detalhamento do mês
O resultado das exportações em dezembro é explicado, entre outros fatores, pela retração dos embarques de básicos (US$ 6,470 bilhões), manufaturados (US$ 7,488 bilhões) e semifaturados (US$ 2,469 bilhões). Ante o mesmo período de 2014, houve uma retração da exportação de básicos (-15,3%) e de seminfaturados (-1,8%). Os manufaturados cresceram (8,7%) ante dezembro de 2014.
Entre os básicos, os principais decréscimos foram: petróleo bruto (-39,4%, para US$ 876 milhões), minério de ferro (-36%, para US$ 1,3 bilhão) e café em grão (-27,8%, para US$ 450 milhões). Já os acréscimos no grupo dos básicos foram registrados na venda de soja em grão (+282,9%, para US$ 282 milhões), milho em grão (+67%, para US$ 1 bilhão) e algodão bruto (+24,5%, para US$ 228 milhões).
Já no grupo dos manufaturados, houve crescimento na venda de plataforma para extração de petróleo (de zero para US$ 818 milhões) e tubos flexíveis de ferro/aço (+179,4%, para US$ 217 milhões) ante dezembro de 2015.
O MDIC registra ainda que decresceram as vendas para o Mercosul (-25,5%) com uma queda de 11,8% para a Argentina por conta dos automóveis e autopeças. O Brasil vendeu 24,8% menos para a Europa Ocidental, 15,7% menos para a África e 10,8% a menos para os Estados Unidos.
Pelo lado das importações, decresceram as compras de combustíveis e lubrificantes (-61,9%), bens de consumo (-40%), matérias-primas e intermediários (-31,6%) e bens de capital (-29,3%).
O ministério esclareceu que a retração de combustíveis e lubrificantes ocorreu pela diminuição dos preços de petróleo, carvão, gás natural, óleos combustíveis, gasolina e nafta.
Entre os bens de consumo, as principais quedas foram identificadas nas importações de automóveis de passageiros e partes, máquinas e aparelhos de uso doméstico, móveis, partes e peças para bens de consumo duráveis.
Em comparação com dezembro de 2014, o Brasil importou 55,6% menos da África, por conta do petróleo bruto, naftas e carvão, 45,8% menos da Ásia, com um decréscimo de 43,2% de compras da China.
Detalhamento do ano
As exportações brasileiras caíram de US$ 225,101 bilhões em 2014 para US$ 191,134 bilhões no ano passado. De acordo com o MDIC, a retração teve influência da queda nos embarques de produtos básicos, que tiveram recuo de 19,5% no ano, com um total de US$ 87,188 bilhões. Os manufaturados tiveram queda de 8,2%, ficando em US$ 72,791 bilhões, enquanto os semimanufaturados caíram 7,9%, indo para US$ 26,463 bilhões.
Com relação às exportações de básicos, a queda foi motivada pelos embarques menores de minério de ferro (-44,8%), petróleo em bruto (-27,1%), carne bovina (-18,5%), carne suína (-18,2%) e farelo de soja (-15,9%).
No grupo dos manufaturados, a queda foi puxada pelos óleos combustíveis (-61,8%), máquinas para terraplenagem (-30,1%) e motores e geradores (-18,3%). A retração dos semimanufaturados, por sua vez, foi influenciada por uma queda nos embarques de ferro fundido (-24,2%), couros e peles (-22,2%) e açúcar em bruto (-19,8%).
Pelo lado das importações, os destaques estão na retração de 44,3% nas compras de combustíveis e lubrificantes, de 20,2% de bens de capital, de 20,2% das matérias-primas e intermediários, além de um recuo de 19,6% das compras de bens de consumo.