Os juros futuros de curto prazo fecharam em alta e os longos ficaram próximos dos ajustes anteriores nesta segunda-feira (11) numa sessão de liquidez bastante reduzida. Os principais vetores do mercado de renda fixa nesta segunda-feira foram a carta do presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, entregue na sexta-feira ao ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, justificando o estouro da meta de inflação em 2015, e o desempenho do dólar.
Ao término da negociação regular da BM&FBovespa, o DI abril de 2016 encerrou em 14,691%, ante 14,660% no ajuste anterior; o DI janeiro de 2017 fechou a 15,60%, de 15,53% no ajuste; e o DI janeiro de 2021 passou de 16,34% para 16,35%.
A carta de Tombini foi entregue a Barbosa na sexta-feira, mesmo dia em que o IBGE informou que o IPCA fechou 2015 em 10,67%, acima da banda superior de 6,5% da meta de inflação. No documento, Alexandre Tombini afirma que a política monetária deve manter-se "especialmente vigilante" e que, independentemente de outras políticas, vai adotar "as medidas necessárias" para limitar a inflação ao intervalo estabelecido para 2016.
O texto não trouxe nada do que o mercado já não soubesse, mas, de todo modo, soou como uma resposta a possíveis pressões para que o BC não eleve os juros, em meio à desconfiança de que a autoridade monetária possa sofrer ingerência política de membros do governo por causa da atividade fraca. Com isso, voltou a ganhar espaço na curva a termo a aposta de avanço de 0,5 ponto da Selic em janeiro. Nos Departamentos Econômicos, esta é a previsão da ampla maioria - 29, entre 34 casas consultadas na pesquisa do AE Projeções. As demais cinco esperam manutenção do atual nível de 14,25%.
Em função da interpretação da carta, as taxas curtas passaram o dia em alta, mas fecharam a sessão regular perto das mínimas. Os longos, consequentemente, estiveram em baixa pela manhã, com a ajuda da queda do dólar, que à tarde passou a subir, freando a devolução de prêmios naquele trecho. O dólar, por sua vez, inverteu o recuo ante o real em linha com o movimento no exterior, pressionado pela aceleração da queda dos preços do petróleo. Às 16h30, o dólar à vista era cotado em R$ 4,0489 (+0,37%).
Nas ações, o Ibovespa operava quase abaixo dos 40 mil pontos, aos 40.088,96 pontos (-1,29%).