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O ano de 2015 não foi bom para o comércio e o cenário continua piorando, afirmou nesta quarta-feira (13), a gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Isabella Nunes. No bimestre outubro-novembro, o varejo registra perda de 6,7% em relação a igual período de 2014, pior do que a queda de 5,7% verificada no terceiro trimestre de 2015.
"Ainda temos de aguardar o resultado de dezembro (para fechar o trimestre). Mas 2015 não foi um ano bom para o comércio, foi piorando e continua nessa trajetória", disse Isabella. Nem a alta de 1,5% nas vendas em novembro ante outubro, na série com ajuste sazonal, serviu para atenuar o cenário negativo.
"O resultado na margem é importante, mas não reverte trajetória do comércio no longo prazo", afirmou a gerente. Além disso, o setor opera 7,0% abaixo de seu pico histórico atingido um ano antes, em novembro de 2014. A rápida descida pode ser explicada pela mudança radical na conjuntura. "Em novembro do ano passado, a massa de renda real de salário crescia 3,0% em relação ao ano anterior. Agora, há uma queda de 12,2%. A situação é bem distante em termos de mercado de trabalho, juros e inflação", disse Isabella.
Entre os setores, todos acentuaram o ritmo de queda no bimestre outubro-novembro, exceto os artigos farmacêuticos, que exibem alta de 0,7% no período em relação a 2014. "A atividade farmacêutica se sustenta devido a sua natureza de comercialização de produtos essenciais", explicou a gerente do IBGE.
Veículos
O setor de veículos registrou um tombo de 24,5% nas vendas em novembro ante novembro de 2014, apontou o IBGE. Trata-se da maior queda desde junho de 2002 (-24,6%). Além disso, a atividade enfrenta 21 meses de retração nas vendas nesta comparação.
Por isso, alta de 1,2% nas vendas de veículos em novembro ante outubro não causa entusiasmo, afirmou Isabella Nunes. Segundo ela, o setor acumulou queda de 11% entre os meses de agosto e outubro.
"Elevação de juros, redução na renda, tudo isso inibe o consumo desses bens, que são mais caros e consomem uma fatia maior dos rendimentos", disse Isabella. "O cenário não mudou."