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O Investimento Direto no País (IDP) totalizou US$ 75,075 bilhões ao longo do ano passado, ante expectativa do Banco Central de entradas no valor de US$ 66 bilhões. O resultado é o maior desde 2014.
Levando-se em conta a curta série histórica do BC, o IDP somou US$ 88,452 bilhões em 2010; US$ 101,158 bilhões em 2011; 86,607 bilhões em 2012; US$ 69,181 bilhões em 2013 e US$ 96,895 bilhões em 2014. Na comparação com o PIB, essa relação anual foi, respectivamente, de 4,00%, 3,87%, 3,59%, 2,90% e 4,01%.
Dezembro
Já o ingresso de IDP em dezembro somou US$ 15,211 bilhões, volume mais do que suficiente para cobrir o rombo do mês. No mercado, a expectativa era de entradas de US$ 4,650 bilhões a US$ 7,800 bilhões, com mediana de US$ 6,200 bilhões, segundo levantamento do AE Projeções. O Banco Central projetou ingresso de US$ 6,100 bilhões.
Com a mudança de metodologia realizada em abril do ano passado, o BC introduziu nas estatísticas o conceito de "lucros reinvestidos" - que ocorre quando uma empresa obteve um lucro e decidiu manter esses recursos no Brasil ao invés de repatriá-lo para a matriz. Essa nova conta tem impacto no registro de IDP, mas não afeta o fluxo cambial. No último mês de 2015, os lucros reinvestidos ficaram negativos em US$ 1,194 bilhão e, no ano, em US$ 2,639 bilhões.
Investimento estrangeiro em ações
O investimento estrangeiro em ações brasileiras ficou negativo em US$ 1,390 bilhão em dezembro. Em igual mês de 2014, o resultado havia ficado no vermelho em US$ 374 milhões. Em 2015, contudo, o saldo ficou no azul em US$ 10,030 bilhões ante expectativa do BC de US$ 10 bilhões e de resultado positivo de US$ 11,773 bilhões em 2014.
Já o saldo de investimento estrangeiro em títulos de renda fixa negociados no País ficou negativo em US$ 1,160 bilhão em dezembro e positivo em US$ 16,296 bilhões no acumulado de 2015. Em igual mês de 2014, essas aplicações ficaram negativas US$ 8,529 bilhões e, no fechamento do ano, em US$ 27,068 bilhões.
O aumento da procura por esses títulos teve início em junho de 2013, quando o governo zerou o Imposto sobre Operações Financeira (IOF) sobre esse tipo de aplicação. Mais recentemente, o ciclo de aperto monetário aumentou o diferencial de juros entre o Brasil e o restante do mundo, tornando as aplicações brasileiras de renda fixa mais interessantes para os estrangeiros.