A crise criou um efeito cascata nas operadoras de saúde. Empresas começaram a dispensar funcionários, que deixaram de ter o benefício do plano de saúde e, assim, as operadoras perderam 13,7 mil beneficiários por mês entre setembro de 2014 e setembro de 2015, segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). No período, o total de beneficiários caiu de 50,4 milhões para cerca de 50,3 milhões.
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Durante oito anos, a assistente de relacionamento com o cliente Elieth Alves Nonaka, de 42 anos, trabalhou em uma operadora de saúde e teve direito ao plano. Mas, em setembro do ano passado, ela entrou na lista dos 3,2 mil funcionários da Unimed Paulistana atingidos em cheio pela crise na empresa. Elieth foi demitida e perdeu o benefício. "Tenho Lesão por Esforço Repetitivo e rosácea no rosto. Se eu não conseguir emprego, vou usar o SUS", conta. A Unimed Paulistana informou que, com a determinação da liquidação da operadora feita pela ANS, tanto usuários quanto funcionários tiveram como opção fazer a portabilidade para outros planos.
Diretor da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), Pedro Ramos diz que o setor vinha registrando alta nos últimos anos. "É a primeira vez que tem uma queda acentuada. Quando fecha uma vaga de emprego, perdemos de dois a quatro beneficiários." Consultado, o Ministério da Saúde informou que "os atendimentos realizados são crescentes, mas não é possível relacionar isso a desistência de usuários em possuir planos de saúde."
As operadoras, entretanto, estão reagindo. Segundo Luciana Silveira, diretora executiva da Associação Nacional das Administradoras de Benefícios, os empreendimentos estão trabalhando para reduzir custos, com campanhas de prevenção de doenças, e coibindo fraudes. "Há um movimento para aquisição de planos mais básicos."