Uma manifestação de sindicalistas e trabalhadores da Petrobras contra a venda de ativos da companhia terminou em confusão na manhã desta terça-feira (8), no Rio. Dirigentes de sindicatos de todo o País realizavam um protesto em frente à sede da estatal na Rua do Senado, no Centro do Rio, onde acontecia uma reunião da diretoria. O conselheiro eleito pelos trabalhadores, Deyvid Bacelar, que estava presente no protesto, foi um dos agredidos.
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"Estávamos em frente aos portões abordando os trabalhadores. Mas quatro policiais vieram para tirar a gente, na área da empresa, como se fossem seguranças patrimoniais. Tentamos argumentar, mostramos os crachás e tentamos entrar na empresa. Como o policial não quis deixar, houve o tumulto", explicou Bacelar. Apesar dos empurrões, o conselheiro não registrou ocorrência.
A manifestação durou cerca de três horas, e a confusão ocorreu quando agentes da Polícia Militar tentaram desligar o equipamento de som usado na manifestação, segundo os sindicalistas. Diante da resistência dos sindicalistas, houve bate boca e empurrões. Procuradas, a Petrobras e a PM não se manifestaram até o momento.
Os sindicalistas protestavam contra a proposta de reestruturação administrativa da estatal, que deverá enxugar ainda mais o quadro de funcionários com cargos de gerentes executivos da empresa. Após a mudança na estrutura de diretorias apresentadas no último mês, a previsão é que haja novos cortes para readequação dos funcionários de segundo escalão.
O protesto também questionou a venda de campos terrestres da empresa, anunciados na última semana. A estatal pretende repassar à iniciativa privada cerca de 100 campos maduros em quatro estados do Nordeste e também no Espírito Santo.
De acordo com a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o protesto teve participação de dirigentes dos sindicatos dos Petroleiros da Bahia, Duque de Caxias, Norte Fluminense, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Rio Grande do Norte, Ceará/Piauí e Sergipe/Alagoas. Também houve mobilizações nos aeroportos das cidades onde há sedes da Petrobras, com o objetivo de pressionar deputados federais.