Após a tentativa da última sexta-feira, os sócios da Sete Brasil - empresa criada para construir sondas de perfuração de petróleo para a Petrobras - tentarão, mais uma vez, no próximo dia 28, aprovar a recuperação judicial da empresa. Em assembleia geral na última sexta-feira, no Rio, os fundos de pensão Petros e Previ rejeitaram a proposta de pedir a recuperação feita por outros credores, como bancos privados. A alternativa judicial voltou à mesa após a direção da Sete rejeitar as condições propostas pela Petrobras para a contratação das sondas.
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Em nota, a Sete Brasil informou que os sócios presentes na assembleia agendaram um novo encontro no dia 28. Até lá, dará "prosseguimento nas tratativas com a Petrobras, na tentativa de estabelecer condições comerciais que viabilizem o plano de reestruturação da empresa".
Fontes próximas às negociações, entretanto, avaliam que há impasse nas negociações com a petroleira - sócia e cliente da Sete Brasil, com uma encomenda original de 28 sondas. Em fevereiro, a Petrobras sugeriu reduzir o contrato a dez sondas, além de rever o valor do aluguel diário e o tempo do contrato, o que restringiria a viabilidade econômica da Sete Brasil.
A proposta não agradou, e a diretoria da Sete Brasil sequer participa das negociações atuais - apenas os bancos credores tocam as iniciativas, mas sem esperanças de um acordo. A expectativa é que a petroleira postergue a decisão para não assumir o ônus político do calote de R$ 14 bilhões da empresa criada em 2010 para atender à demanda de sondas de perfuração da estatal.
Em janeiro, o pedido de recuperação judicial havia sido rejeitado pela Petros, fundo de pensão dos funcionários da Petrobras. Agora, na última sexta-feira, a Previ, fundo de pensão dos trabalhadores do Banco do Brasil, rejeitou a proposta A Sete deve cerca de US$ 1,2 bilhão ao banco. Apenas a Funcef, fundo de pensão da Caixa, foi favorável ao plano.
Segundo fontes, o próprio BB teria assumido as negociações com a Petrobras, comandada por Aldemir Bendine, ex-presidente do banco, e Ivan Monteiro, ex-diretor financeiro. O entendimento é que as negociações podem provocar a "morte por inanição" da Sete Brasil.