Às vésperas da divulgação do governo de sua previsão para as contas públicas de 2017 e da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff pela Câmara, o mercado financeiro projeta um resultado primário cada vez pior para o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) deste ano. Com este cenário, a expectativa é de que 2016 as contas sejam deficitárias em R$ 100,450 bilhões, de acordo com pesquisa Prisma Fiscal feita pelo Ministério da Fazenda com bancos, corretoras e consultorias. No mês passado, a previsão já previa déficit, mas era um pouco mais otimista, com um resultado negativo de R$ 79,473 bilhões.
As expectativas do mercado são mais pessimistas que as do governo, que enviou um projeto ao Congresso Nacional para pedir que o resultado deste ano seja deficitário em R$ 96,6 bilhões. Com a votação do impeachment, a matéria ainda nem começou a ser apreciada pelos parlamentares.
Leia Também
Para 2017, as previsões do mercado financeiro pioraram mais uma vez. Agora, os analistas esperam um déficit 30% maior do que no relatório do mês passado. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 14, a previsão é de que 2017 termine com um rombo de R$ 103,514 bilhões ante uma expectativa, também deficitária, de R$ 71,33 bilhões. O governo enviará amanhã a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2017 ao Congresso Nacional.
Mesmo prevendo um resultado superavitário para abril, os analistas estão mais pessimistas para este mês. A previsão é de que o mês termine com um superávit de R$ 3,620 bilhões, mas a expectativa anterior era de R$ 5,050 bilhões.
A previsão é que a dívida bruta encerre 2016 em 74,35% do PIB, acima do que esperavam os analistas no mês passado, quando a previsão era de 74,15% do Produto Interno Bruto (PIB). Com a queda na atividade econômica, o mercado projeta ainda uma queda na arrecadação de tributos federais de R$ 1,278 trilhão em 2016. A previsão no mês passado era de R$ 1,285 trilhão. A receita líquida do governo central deve fechar 2016 em R$ 1,093 trilhão e a despesa, em R$ 1,194 trilhão. Enquanto as projeções de receita caíram, as de despesa subiram.
Entre os dados que justificam uma piora no resultado de abril está uma queda na arrecadação para este mês. Os analistas esperam que a arrecadação dos tributos federais somem R$ 112,449 bilhões, ante R$ 113,264 bilhões. A receita líquida deve fechar o mês em R$ 99,766 bilhões, e a despesa líquida, R$ 96,927 bilhões.
O relatório fez projeções para os próximos dois meses. Em maio, o resultado primário deve ser deficitário em R$ 13,726 bilhões. A arrecadação deve somar R$ 96,157 bilhões, a receita líquida, R$ 77,876 bilhões, e a despesa líquida, R$ 91,910 bilhões.
O mercado espera ainda um resultado primário do governo central deficitário em junho, com um rombo de R$ 11,267 bilhões. A arrecadação deve chegar a R$ 99,891 bilhões, a receita líquida, R$ 83,626 bilhões, e a despesa líquida, R$ 94,867 bilhões.