O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, assinou nesta quinta-feira (14), em Washington, durante reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), um acordo com o presidente do BC do Paraguai, Carlos Fernándes Valdovinos, para possibilitar o pagamento e o recebimento entre os dois países nas moedas locais, dispensando contratos de câmbio.
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Após a assinatura, começa a fase de implementação operacional do acordo, que deve demorar seis meses. O Brasil já tem acordo semelhante, chamado Sistema de Pagamento em Moeda Local (SML), com a Argentina, desde 2008, e com o Uruguai, desde 2014.
Uma das vantagens do SML é reduzir os custos de transação nas operações entre os dois países, pois os contratos não precisam passar pelo dólar. Para o BC, as vantagens vão ajudar a aumentar os níveis de acesso de pequenos e médios agentes ao comércio de bens e serviços entre Brasil e Paraguai. Além disso, deve aumentar a utilização das respectivas moedas, real e guarani.
Além do acordo, Tombini participou hoje em Washington de reuniões com investidores institucionais e representou o Brasil no encontro do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, na sigla em inglês), mais conhecido como Banco dos Brics (sigla para Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul).
Nos encontros, o presidente do BC notou interesse dos investidores em aportar recursos no Brasil, mas no momento os agentes estão acompanhando a economia brasileira e avaliando a mudança de variáveis, como câmbio e outros indicadores. Tombini segue na reunião do FMI até domingo. Nesta sexta-feira, participa de encontro com o Itaú e das plenárias do G-20, grupo formado pelos 20 países mais ricos do mundo.