Os juros futuros fecharam a sessão desta segunda-feira (25), em queda, refletindo principalmente a expectativa otimista do mercado financeiro com a composição da equipe econômica num eventual governo Michel Temer. Outros fatores que contribuíram para a devolução de prêmios ao longo da curva a termo foram a queda do dólar e o recuo da mediana das projeções de inflação na pesquisa Focus.
Ao término da sessão regular na BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em julho de 2016 tinha taxa de 14,077%, de 14,075% no ajuste da sexta-feira. O DI para janeiro de 2017 estava em 13,485%, de 13,520% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2018 caiu de 12,77% para 12,72%. Nos contratos longos, o DI janeiro de 2021 encerrou em 12,75%, de 12,90% no último ajuste.
Como reflexo da perspectiva do investidor de mudança no comando do País, os juros longos tiveram recuo mais expressivo, dadas as apostas não somente de que a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff será aprovado no Senado, como também de que, num eventual governo Temer, a economia estará a cargo de nomes simpáticos ao mercado, como o do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles, cogitado para ocupar o Ministério da Fazenda. Ele esteve reunido com Temer no sábado e disse que não recebeu convite oficial para o cargo.
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Questionado pelos jornalistas se aceitaria o posto, Meirelles respondeu: "Não trabalho com hipóteses". Ele acrescentou, no entanto, que está disposto a aconselhar Temer, como sempre fez.
O mercado de juros trabalhou alinhado também ao câmbio. O dólar esteve em queda durante praticamente toda a sessão.
Na pesquisa Focus, a mediana das projeções para o IPCA em 2017 - horizonte que agora é o foco do Banco Central - caiu de 5,93% para 5,80%. Já a mediana para o IPCA de 2016 ficou em 6,98%, ante 7,08% da semana passada.